Ismael Mateus, conselheiro da presidência da República, acha que o comunicado do MPLA sobre a frente alternativa cometeu o erro estratégico de envolver o MPLA na questão da destituição administrativa de Adalberto Costa Júnior, pois falar disso, foi um erro e agora corre o risco de se ver associado a ele.
De acordo com Ismael Mateus, esse é daqueles assuntos que não vão dar em nada e o MPLA deveria ficar bem caladinho sobre isso e deveria deixar que o TC( e apenas o TC sem qual interferência e pressão) resolvesse os problemas, (porque há outros problemas associados como a legitimidade dos reclamantes e também se havendo provimento, a solução passe apenas por realizar um novo congresso que ACJ voltará a ganhar).
“O MPLA ainda não percebeu que não ganha absolutamente nada com o tal alegado processo para destituir ACJ”, considerou.
Aliás, observa, é por isso que são as figuras da UNITA e órgãos de informação com ligações a este partido que mantêm o assunto vivo, insistem em prolongar e explorar esse assunto porque manter esse assunto na agenda política, cria mais popularidade a ACJ que é apresentado como “mais uma vítima de perseguição pessoal”.
Sublinha igualmente que, assim todos os outros que se consideram vítimas, como os críticos radicais anti MPLA, os ressabiados, e os desavindos, acabam por ver nele um dos seus e criar empatia e identidade.
Para este profissional de comunicação, o partido no poder, sobretudo depois dos resultados da Zambia, onde o líder da oposição também se vitimizou, deveria analisar se não estão a ser eles a promover ACJ a um estatuto de vítima/ martir e de perseguido do regime.
Pelo mundo, refere, há vários exemplos de candidatos que recebem e beneficiam votos de rejeição aos seus adversários ou com votos de solidariedade por vitimização.
“O ideal era que esse processo nem existisse, se é que existe mesmo. Quer do ponto de vista político como estatutário existem alternativas para garantir que ACJ seja candidato e, pior do que isso, se houver o tal processo o único que sai bem na foto (único mesmo) é o próprio ACJ”, enfatizou.
Assim sendo, Ismael Mateus diz que é uma autêntica perda de tempo, apesar de ser um expediente legítimo e legal dos taís militantes que recorreram ao Tribunal Constitucional.