O secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, anunciou hoje que o navio “D. Carlos I” vai fazer o levantamento hidrográfico do porto de Luanda no âmbito da cooperação portuguesa com Angola.
Seguro Sanches, que falava em Luanda, no final de uma visita de três dias a Angola destacou o interesse de Portugal em reforçar a cooperação no domínio da Defesa, estando em curso a fase final dos trabalhos para a assinatura de um novo Programa-Quadro de Cooperação, entre os dois Estados.
O governante português indicou que a cooperação com Angola no domínio da Defesa acontece há 25 anos e que a intenção é reforçar os laços.
“Estamos numa fase de reforço de cooperação com Angola e outros países africanos”, destacou Jorge Seguro Sanches, acrescentando que o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, quer “alavancar o relacionamento entre os dois povos, as duas nações”, uma aproximação que é facilitada pela língua comum.
“O trabalho está a ser ultimado e pronto para ser assinado pelos dois ministros da Defesa logo que seja oportuno para que, no próximo quadro, possamos ter um trabalho de aprofundamento desta relação”, acrescentou.
O secretário de Estado realçou o “trabalho extraordinário” dos militares portugueses nestes projetos, que foi reconhecido nos contactos que teve em Angola, nomeadamente hoje na deslocação a Ambriz (norte de Luanda) onde está instalada a base dos fuzileiros navais.
A visita serviu também para fazer um ponto de situação dos projetos e lançar o novo Programa-Quadro de Cooperação, que abrange áreas como a formação, segurança marítima, ciberdefesa e hidrografia.
“Uma das forças navais que temos, o navio hidrográfico ‘D. Carlos I’, que saiu de Lisboa há algumas semanas, estará muito em breve em Luanda onde vai participar e trabalhar com o Instituto Hidrográfico de Angola no sentido de fazermos o levantamento hidrográfico do porto de Luanda”, avançou Sanches, dizendo que este é um dos objetivos para 2022.
O secretário de Estado enalteceu também o papel de Angola que já dá também formação a outros países, incluindo alguns nos quais os militares portugueses estão envolvidos.
Escusando-se a adiantar os valores envolvidos na cooperação portuguesa, Jorge Seguro Sanches afirmou que “não tem um custo extraordinário” e que mais do que grandes volumes financeiros, Portugal está interessado em trabalhar com “os valores humanos”.
O responsável elogiou o trabalho de Angola no controlo da pandemia de covid-19, lembrando que Portugal está a participar também neste esforço, tendo já doado 750 mil vacinas contra o novo coronavírus. “Em breve chegaremos a um milhão”, disse.