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Angola: Novo líder da CASA-CE quer “repor a dinâmica da segunda maior força da oposição angolana”

O novo líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola — Coligação Eleitoral (CASA-CE), segunda maior força da oposição angolana, apresentou hoje como principal desafio para o seu mandato “a organização da máquina do partido”

“Neste preciso momento o que teremos que fazer é retomar a dinâmica da CASA-CE, aquela que todo o mundo conhece, porque a CASA tem espaço, tem quadros em toda a dimensão do território nacional e a CASA vao para as eleições para competir”, disse Manuel Fernandes, na cerimónia de tomada de posse, que não contou com a presença do antecessor na liderança da coligação, André Mendes de Carvalho “Miau”.

No seu discurso de posse, Manuel Fernandes, eleito na passada terça-feira, em substituição de André Mendes de Carvalho “Miau”, que colocou o seu cargo à disposição a pedido de quatro dos seis partidos que constituem a CASA-CE, disse que a coligação “tem o seu espaço político consolidado e quadros capazes para conceber ideias e levar a mensagem da mudança aos angolanos”.

Manuel Fernandes, admitindo “algumas situações menos boas” que a coligação enfrentou, sem especificar, sublinhou que a CASA-CE deve “preparar-se e abrir as portas a todos aqueles” que entenderem fazer do percurso da coligação a busca por uma Angola melhor.

“Essa batalha carece de uma envoltura mais abrangente da nossa sociedade, daí que aproveitamos esta soberana oportunidade de convidar os vários estratos no pleno gozo dos seus direitos civis e políticos, é por isso que somos uma convergência”, salientou.

O novo líder da CASA-CE, coligação criada em 2012, com Abel Chivukuvuku a liderar até fevereiro de 2019, rejeitou narrativas políticas “em que uns pensam que são os únicos enviados de Deus para governarem eternamente, mesmo sem satisfazer os interesses dos governados, e outros que pensam que são enviados de Deus com a missão exclusiva de serem os únicos capazes de assumir os valores da mudança política”.

Para os que “apregoam” o fim da CASA-CE com “algumas situações menos boas” que a coligação enfrentou nos últimos tempos, Manuel Fernandes pede para que “fiquem descansados que a CASA-CE continua e continuará de pé”.

“E aconselhamos a mudarem de opiniões, sob pena de caírem em frustração, por não verem concretizado tal desejo. Se quiserem venham, a CASA é grande e tem espaço para todos”, afirmou.

O político, líder do Partido Pacífico Angolano (PPA) e deputado à Assembleia Nacional, apontou como principais apostas no seu mandato a profunda revitalização contínua da coligação, que passa, entre outras, pela formação e capacitação político-científica dos militantes, a reorganização das estruturas da coligação em termos de mobilização e criação de núcleos para melhor servir os cidadãos.

“A revitalização passará igualmente pelo alargamento e solidificação das nossas estruturas de base nos vários pontos do país, preparação dos quadros para as autarquias locais, promoção de maior proximidade com as igrejas, organizações governamentais e não-governamentais, grupos de pressão, associações cívicas, científico-académicas, culturais, desportivas e outros organismos sociais”, indicou.

Manuel Fernandes endereçou ainda uma palavra de reconhecimento ao ex-presidente da CASA-CE, “por ter assumido a coligação num momento muito difícil”, e que continua a contar com a sua colaboração “nesta árdua missão”.

Segundo o novo líder, André Mendes de Carvalho “Miau”, que no anúncio da sua saída da liderança da CASA-CE disse que se mantém na coligação, mas com foco apenas para o parlamento, não esteve presente na cerimónia devido a “preocupações familiares e de saúde”.

Na conferência de imprensa em que anunciou que deixava a liderança da CASA-CE, André Mendes de Carvalho, que assumiu o cargo em maio de 2019, em substituição de Abel Chivukuvuku, por alegada falta de confiança entre os seus parceiros, manifestou algum desagrado com os argumentos apresentados na carta que pedia para colocar o cargo à disposição, por serem “completamente falsos”.

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