Angola: “O MPLA e o poder do medo” – Raul Diniz

Os ataques a integridade moral e política do líder da UNITA têm sido uma constante diária, esses ataques expuseram deliberadamente à situação desarmônica entre os poderes da república.

O angolano desatento já percebeu que os ataques a pessoa de ACJr, atingiram o ápice, pondo a nu a ingerência do MPLA nos assuntos internos do partido UNITA.

Essas agressões fazem parte de uma estratégia concertada entre executivo de João Lourenço, o judiciário e a incontornável colaboração das secretas, braço auxiliar do partido/estado, a finalidade é tentar intimidar o presidente da UNITA com a intenção de erradica-lo da corrida eleitoral em 2022.

O presidente do MPLA é dono absoluto de um poder descomunal que ultrapassa o razoável, isso mostra-nos que ele pôde muito, porém, não pôde tudo.

Governar não é uma demonstração de poder, governar significa cuidar das populações, dos velhos, das mulheres, dos homossexuais dos religiosos e das nossas crianças. O povo não pôde continuar a ser vítima da violência e da má governação de quase meio século de poder autoritário.

Não restam dúvidas, que o presidente foi irresponsável ao apossar-se indevidamente da res-pública, invadir a independência e a harmonia dos outros dois poderes da república como acontece.

Ademais, é suposto, que os outros dois poderes, o judiciário e a assembleia nacional, seriam poderes independentes, que conviveriam harmonicamente com a instituição presidência da república.

Porém, o que assistimos é diferente, aliás, a própria constituição de tão atípica ser, ela mesmo se auto inconstitucionaliza em várias vertentes invertidas da constituição e da lei.

O afastamento do venerando juiz conselheiro ex presidente do TC, doutor Manuel Aragão, e a (nomeação) de outro presidente é uma flagrante epifania de muito mau agoiro. Como pôde um poder independente é obrigado constitucionalmente receber o amparo nominativo de outro poder?

O presidente da República, apenas deveria indicar um juiz, mas, jamais deveria nomeá-lo. O gesto de nomear mostra o dever de obediência a outro poder maior, o que não se revela verdadeiro. Os poderes são diferenciados e recebem os mesmos direitos e deveres constitucionais.

Agir contrariamente como faz João Lourenço, se chama invasão deliberada nos assuntos internos dos demais poderes. Do ponto de vista constitucional é um tremendo atropelo a lei e a própria constituição.

A pessoa do presidente da república, não pôde nomear o presidente de outro poder, isso significa subordinação obrigatória ao poder que nomeia. Essa promiscuidade, só existe em CUBA, Nicarágua, republica da Guine Equatorial e existiu igualmente na antiga União das republicas socialista soviética.

De facto, o presidente da república, tem administrado o país, de forma truculenta e autoritária ´, sequer respeita nem dialoga com as oposições e muito menos com o país. Ele insiste governar país como se Angola, fosse uma de suas fazendas agrícolas.

Os atritos criados por ele são preocupantes e ultrapassaram de longe as aias da violência institucional. É facto, que o presidente age como se fosse sacerdote promotor do caos. De facto, ele tem sido ao longo do seu mandato um propulsor especializado em realizar desmandos, além de gerar conflitos institucionais com poderes desestabilizadores, que põe em risco a égides do estado republicano e dificulta o regular funcionamento do estado de direito democrático pretendido.

Aprendi no passado com minha mãe, que o maior analfabeto é aquele que aprendeu a ler é não lê, nem sabe fazer a leitura dos sinais de mudança.

Isso para reagir acerca afirmação feita pelo bureau político do MPLA, avisando o país, que ACJr, tem a presidência da UNITA presa por um fio! Isso é normal em democracia? Isso no mínimo é uma atitude autoritária sem precedentes na história política recente angolana, enfim, é o fim da picada.

Um jornalista do firmamento do sistema afirmou a respeito, que o MPLA devia ter ficado bem caladinho e deixar o tribunal constitucional agir em surdina. Porquê que o citado jornalista do regime não expõe o MPLA por sequestrar a mídia estatal?

O MPLA transformou-se numa (ORCRIM) organização criminosa, por assim ser, não pôde continuar a impor ao pais a sua agenda autoritária.

O mesmo jornalista amalucado, foi mais longe, grotescamente afirmou, que militantes do MPLA, que não votarem no MPLA, não são patriotas nem nacionalistas por serem anti MPLA radicai, e desavindos fanáticos, dentre outros adjetivos adquiridos próprios da época estalinista.

A afirmação pouco ou nada me afeta, felizmente não desertei do exército português para aderir ao MPLA e lutar pela libertação nacional porque Agostinho Neto era presidente do MPLA, nem lá continuei porque o JES se encontrava líder, muito menos sou Lourencista.

Pessoalmente não discuto pessoas, discuto ideias, projetos ou planos. Apesar dos meus cerca de 47 anos de militante, nunca me considerei propriedade do MPLA, sou livre, leve e solto.

Aqueles que como eu ainda estão no MPLA, têm que ser realistas, pois, pela primeira vez teremos de ajudar a eleger um candidato sério, pensante educado, moderado, humilde, inteligente, amigo do povo, sobretudo que seja capacitado para presidir o país.

Nenhuma dessas qualidades fazem parte do caracter do presidente do MPLA. É verdade sim, que existe a liberdade de escolha, mas votar nos brucutus congregados no MPLA, é o mesmo que acreditar na Califórnia Benguelense.

Aliás, “fazer oposição ao MPLA hoje, é um acto de coragem, somos um ativo valido na luta pela liberdade e também porque acreditamos e somos leais ao povo e a democracia”. O país não pôde continuar arrestado e silenciado por criminosos.

Não sou opressor, jamais oprimi direta ou indiretamente qualquer ser humano. Também nunca fui estafeta do senhor ordens superiores. O único opressor aqui é João Lourenço.

Eu e o meu MPLA, caminhamos em direções opostas, pessoalmente sou favorável a distribuição da riqueza, o MPLA é a favor da manutenção da riqueza roubada nas contas pessoais dos seus dirigentes, incluindo as contas da família presidencial.

Acredito, que muito dinheiro nas contas de poucos é riqueza acumulada, pouco dinheiro nas mãos de muitos para mim é distribuição de renda, significa colocar o pobre no (OGE) orçamento geral do estado.

Não se pôde permitir que João Lourenço, continue a flertar com o fantasma do autoritarismo, uma vez termos consciência que fraude eleitoral já está construída. Por outro lado, a saída do ex presidente do tribunal constitucional, o venerando juiz conselheiro Manuel Aragão, mostra a facilidade como o MPLA atropela as instituições do estado.

As incursões do presidente João Lourenço, fragilizam o estado de direito democrático além de criar uma rotura institucional no arco dos três poderes da república.

A prova reside na purga requintada misturada com mentiras e inverdades referente a exoneração indevida do doutor Manuel Aragão da presidência do TC, que restou provado que afinal não renunciou ao cargo nem pediu para sair.

Foi tudo uma encenada vulgar e um exercício macabro de má fé, próprio da cultura maquiavélica do MPLA.

A verdade é que João Lourenço quis mostrar poder e força com a subjugação de subalternizar o judiciário, que para infelicidade dos angolanos foi comprando por 10% do dinheiro que o MPLA roubou aos angolanos.

“Laurinda Cardoso, é membro novato do bureau político do MPLA, jurista desconhecida, comerciante, micheira, com negócios dúbios denunciados publicamente, a senhora é uma ex advogada especialista em negociatas com dinheiro público”.

Tudo indica que a nova presidente do TC é de facto uma marionete de João Lourenço, caída de paraquedas na cadeira de presidente do tribunal constitucional.

O presidente da república diz não ter violado a constituição, mas ninguém o acusou de violar a constituição por nomear a sua amiga no cargo de presidente do TC.

O problema é que foi nomeada uma provável criminosa de colarinho branco sem lastro profissional para exercer o cargo de presidente do TC. Logo, a questão transcende a violação a constituição, o problema é a falta de transparência falta de ética, cabritismo político, falta de moral, de transparência e desrespeito as instituições republicanas. Angola não é a casa mãe Joana.

Os angolanos sabem que a “Albertina Cardoso, foi lá colocada para garantir o êxito da fraude eleitoral anunciada”. O presidente da república, sabe de antemão que ela não está talhada para presidir o TC, também sabe que a senhora não tem as mãos limpas e não possui qualidade técnica, tão pouco aprumo litúrgico para o cargo.

Por sua vez, a vice-presidente do tribunal constitucional (TC), também é membro do MPLA, pertenceu ao seu comité central, foi deputada, ministra da justiça, e igualmente é comerciante, micheira, com negócios dúbios entre ela e o estado já devidamente expostos em público.

É uma tremenda estupidez o MPLA querer, que acreditemos nesses operadores da justiça. O chinfrim de João Lourenço, visa impedir a candidatura de ACJr, nas próximas eleições! Ele tem medo da concorrência, principalmente de ACJr.

Desta vez, “ninguém vai ter medo do João Lourenço nem da polícia do MPLA, nem as metralhadoras empunhadas pelas forças armadas do MPLA. A música em torno da tão propalada destituição de ACJr, é apenas um (SEMBA) de uma nota só”.

Entre morrer a fugir ou morrer de medo, dessa vez escolhemos tombar lutando pelo sonho da liberdade. Nada nos vai demover de apresentar ACJr como nosso candidato.

Temos que lutar corajosamente para afastar do poleiro as moscas e a merda de sempre, outrora conhecidas como jacarés assassinos, hoje alcunhados marimbondos e caranguejos.

 

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