Angola: Polícia mata “moto-taxista” em Luanda e protesto de colegas faz outros sete feridos

A morte de um moto-taxista, atingido a tiro por um polícia de trânsito, na zona de Benfica, em Luanda, originou o ferimento de sete outras pessoas, igualmente por disparo de arma de fogo, informou hoje a polícia.

Segundo o porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, superintendente Nestor Goubel, o incidente teve início quando um agente de trânsito autuou um condutor, que supostamente puxou da mão do polícia o bloco de multas e se colocou em fuga.

“Na sequência, o regulador de trânsito foi em perseguição do mesmo para [este] lhe fazer entrega do respetivo bloco de multa”, referiu Nestor Goubel, salientando que o polícia, porque o fugitivo se meteu “por alguns caminhos”, teve necessidade de pegar na pistola, fazendo disparos.

“A bala resultante deste disparo terá atingido de forma inadvertida um dos moto-taxistas que ia na altura a passar, claro que isso gerou uma onda de pânico”, contou.

O porta-voz da polícia disse que o moto-taxista foi levado para o Hospital Geral de Luanda, no distrito do Golfe, município do Kilamba Kiaxi, para ser assistido, tendo um grupo de colegas seguido para o local.

No hospital, moto-taxistas que foram em socorro ou acompanhar o colega atingido “começaram a cometer atos de desacato à autoridade”, referiu Nestor Goubel, frisando que a unidade hospitalar conta com efetivos da polícia “para manter a ordem e permitir que os profissionais de saúde trabalhem à vontade”.

Nestor Goubel referiu que face aos desacatos dos moto-taxistas, um dos efetivos presentes no Hospital Geral de Luanda terá feito disparos, que atingiram sete cidadãos que estavam ali na altura, entre os quais um subchefe da Polícia Nacional, atingido no membro inferior esquerdo.

“Os mesmos cidadãos já estão recuperados, tiveram apenas ferimentos leves, foram assistidos de imediato e estão já fora de perigo”, indicou, reprovando a conduta dos moto-taxistas.

“É preciso dizer que esta conduta em nada beneficia aquilo que é a postura dos cidadãos relativamente quando tiveram que reclamar de alguma coisa. Existem instituições adequadas para o efeito”, salientou.

Relativamente aos dois efetivos, segundo Nestor Goubel, foi aberto um expediente para que se investigue as causas do ocorrido.

“Do inquérito vai-se apurar as responsabilidades, mas é reprovável e temos que repudiar isto vivamente e dizer que a polícia deve salvaguardar o normal funcionamento dos estabelecimentos, das instituições do Estado, hospitais e outras”, vincou.

 

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