Governantes angolanos reforçaram hoje, em Bruxelas, o apelo aos investidores europeus, que foi bem acolhido no lado europeu, com a embaixadora da UE em Angola, Jeannette Seppen, a assegurar: “estamos juntos”.
Na capital belga, cerca de 800 pessoas participaram hoje no primeiro Fórum Empresarial UE-Angola, entre os quais uma delegação angolana de alto nível e 20 executivos de topo das principais empresas europeias.
O objetivo foi lançar uma série de diálogos público-privados sobre as reformas de Angola para apoiar o investimento do setor privado e as ligações empresariais com foco nas áreas com maior potencial de negócio para os europeus.
O ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, deu a sua visão sobre a agenda de reformas políticas e económicas de Angola, um novo “paradigma de governação” que, sublinhou, visa criar um verdadeiro Estado democrático e de Direito e estabelecer as bases de uma economia de mercado que consiga promover a diversificação económica.
Neste âmbito, abordou o combate à corrupção e à impunidade, destacando a recuperação e ativos financeiros e imóveis, bem como as ações de fiscalização do Tribunal de Contas que têm permitido “moralizar a execução financeira do Estado”.
No campo económico, realçou a implementação do Programa de Estabilização Macroeconómica, a partir de 2018, que permitiu ao país sair de uma situação de défices orçamentais sucessivos e entrar numa trajetória de saldos fiscais positivos, salientando as avaliações “sistematicamente positivas” do FMI.
“Este é um sinal claro da confiança da comunidade financeira internacional no programa de reformas que o Governo tem estado a implementar”, apontou Manuel Nunes Júnior, sublinhando que os empresários angolanos estão abertos a estabelecer relações de parceria com empresários de outros países.
“O investimento europeu será sempre muito bem-vindo em Angola com vista a aportar ao nosso país, não só o capital financeiro, mas sobretudo o ‘know how’ e a tecnologia de que tanto necessitamos”, apelou.
O ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, falou também do interesse de Angola em se apresentar como destino de investimentos e encontrar, nos angolanos radicados em Angola “uma ponte” para que as empresas europeias se possam internacionalizar também no mercado angolano.
Estas intenções bem acolhidas do lado europeu.
“Chegou o momento de dizermos vamos estar juntos e vamos reconstruir melhor de forma mais digital, com a inclusão dos jovens que têm um papel importante para a diversificação de economia de Angola”, disse a embaixadora Jeannette Seppen, chefe da delegação da União Europeia em Angola, em Bruxelas.
A responsável europeia lembrou que está disponível para Angola um programa plurianual que contempla 275 milhões de euros para os próximos anos, tendo como foco a diversificação económica, na governação e no desenvolvimento do capital humano.
Angola deve explorar também a iniciativa Global Gateway que tem um envelope de 300 mil milhões de euros disponíveis para o continente africano, assinalou.