Nos últimos dias tem sido veiculado pela mídia nacional e internacional sobre o eventual regresso ao País do Ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos
Trata-se de um Homem que até há sensivelmente quatro anos era idolatrado, de Cabinda ao Cunene, mas que de lá pra cá, passou de bestial à besta, ou seja, o “Alibaba” que promoveu a cabala de ladrões do MPLA, que saqueou as riquezas dos angolanos para alimentar economias ocidentais.
A julgar pelo legado da sua Administração, durante 38 anos, marcado pela institucionalização da corrupção, impunidade, destruição do tecido socio-económico e cultural do país, adiando o sonho dos cerca de 30 milhões de angolanos, JES sempre deixou claro, que de Angola ama apenas os seus recursos naturais. Mas essa tese ficou clara ao revelar a sua falta de patriotismo quando forçou o exílio em Barcelona, supostamente por razões de saúde (e muito recentemente no Dubai), esbanjando o erário público.
De acordo com um jornal português, o antigo Presidente da República, pretende forçar um encontro com o PR João Lourenço, na tentativa de buscar solução para pôr fim aos processos judiciais que envolvem os seus filhos, Isabel dos Santos e José Filomeno dos Santos “Zénu”. Coincidentemente, JES “decidiu” regressar ao país numa altura em que se desenham profundas mudanças no seio do partido no Poder.
Nessa altura várias cogitações giram em torno do também conhecido Arquitecto da Paz e padroeiro da corrupção em Angola. Para algumas vozes, mais do que fazer advocacia para os filhos, JES quer marcar presença, a todo custo, no VIII Congresso Ordinário do MPLA, a ter lugar em Dezembro deste ano, para “capitanear” o ninho de Marimbondos com objectivo de desestabilizar a cimeira.
Irrefutavelmente, 2021 será um ano desafiante para o partido no Poder, responsável pelo descalabro social que o país atravessa, tendo em conta os desafios eleitorais que se avizinham.
O “Congresso de Dezembro do MPLA” é encarado pelos militantes e não só, como o Congresso da renovação da direcção do partido, cuja finalidade é “varrer” a Ala da Velha Guarda e de notáveis Marimbondos, que só contribuem para o desgaste da “imagem desgastada” do partido maioritário.
Apesar dos pesares, actualmente JES é amado por muitos militantes da linha da frente do seu partido, que se beneficiaram do assalto ao dinheiro público; e, ironicamente, é rejeitado também por milhares de militantes do MPLA, da base ao topo, que inclusive defendem que o patrono da FESA deve ser levado às barras do tribunal pelos factos de corrupção praticados.
Na “equação” para a reeleição de J’LO em 2022, ainda paira o fantasma José Eduardo dos Santos, que está de malas feitas para ver de perto as frustações do jovens angolanos, tal como um dia os caracterizou, chamando-lhes de frustrados. Após, aproximadamente, dois anos a acompanhar, a partir do exterior, as dificuldades económicas do país, bem ao estilo de um “big brother”, JES vai preparando psicologicamente os angolanos que terão de sujeitar-se à respirar o mesmo oxigénio.
Enquanto isso, os “fazedores de opinião”, ou melhor, as bocas de aluguer ao serviço do regime, já começaram à sair da toca, exaltando “hosana e aleluia” em nome do agora clarividente, Sua Excelência, Comandante em Chefe, General e Camarada Presidente, João Lourenço.
Luís de Castro