Angola: Regulador da comunicação social angolana “preocupado com o destratar de políticos”

O Conselho Diretivo da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA) manifestou-se preocupado pela forma sistemática como alguns órgãos de comunicação social e jornalistas destratam os atores políticos, violando gravemente os seus direitos de personalidade

A deliberação saída da sessão plenária realizada, na quarta-feira, e hoje distribuída à imprensa reitera no essencial o conteúdo das decisões de fevereiro, tendo em conta a necessidade de se salvaguardar o melhor clima político no contexto de um ano pré-eleitoral.

“O Conselho Diretivo manifesta-se igualmente preocupado pela forma sistemática como alguns órgãos de comunicação social e jornalistas destratam os atores políticos, violando gravemente os seus direitos de personalidade”, frisa-se na nota.

Com as atenções viradas para o clima político atual entre as diversas forças, que se prevê venha a tornar-se cada vez mais crispado, nos limites permitidos pelo regime democrático, a ERCA recomenda que os diferentes órgãos “tenham a melhor consideração, na sua atuação diária, pelo princípio da responsabilidade editorial efetiva e as suas consequências em caso de violação das normas que estão plasmadas nos diferentes diplomas que fazem parte do pacote legislativo da comunicação social, com destaque para a Lei de Imprensa”.

“Encontrando-se esta entidade na primeira linha institucional como garante da aplicação do referido princípio, o Conselho Diretivo manifestou-se preocupado com a forma ostensiva como as normas vigentes por vezes são violadas no tratamento desigual que se dispensa aos protagonistas da vida político-partidária, salienta-se no documento.

O órgão, sublinhando que não tem competência para interferir diretamente na gestão editorial de cada órgão, “nem sendo sua intenção”, a ERCA entende que a sociedade também tem o direito legítimo de se pronunciar sobre a qualidade do jornalismo praticado no país, no quadro da própria democracia participativa, que é um direito constitucional, não devendo por isso serem ignoradas as críticas que se fazem ao seu desempenho.

 

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