Angola: Resultado das empresas públicas cai “175% para -526 mil milhões de kwanzas” em 2020

O resultado operacional das empresas públicas de Angola passou de 703 mil milhões de kwanzas, em 2019, para -526,1 mil milhões de kwanzas, piorando 174,8%, segundo o relatório sobre o Setor Empresarial do Estado.

“No tocante ao resultado das atividades operacionais agregadas das empresas não financeiras do SEP, em 2020, verificou-se uma queda de cerca de 174,8%, comparativamente a 2019 [quando o resultado foi positivo em 703 mil milhões de kwanzas, o equivalente a 1,093 mil milhões de euros], com o Resultado Operacional a alcançar os -526,1 mil milhões de kwanzas [-816 milhões de euros]”, lê-se no relatório disponível no site do Ministério das Finanças de Angola.

“Este resultado foi influenciado, principalmente, pelas contribuições negativas dos resultados operacionais da Sonangol e da TAAG, em cerca de 83% e 18%, respetivamente”, explica-se no documento consultado pela Lusa.

O resultado da petrolífera Sonangol, aponta o executivo, “foi afetado pela significativa redução das receitas com a venda de petróleo bruto, em decorrência da diminuição do preço, ao passo que o da TAAG foi influenciado pela quebra no tráfego aéreo, em decorrência das medidas restritivas de combate à covid-19”.

No documento, o Ministério das Finanças revela também que as empresas não financeiras do Setor Empresarial Público tiveram um “agravamento expressivo” do resultado líquido, aumentando as perdas em 18,5 vezes.

“Em 2020, as empresas não financeiras do SEP registaram um agravamento expressivo em seu resultado líquido, ao abarcarem um prejuízo agregado de 2.633,3 mil milhões de kwanzas [4,084 mil milhões de euros], valor 18,5 vezes maior do que o prejuízo registado em 2019, de 142,1 mil milhões de kwanzas [220,2 milhões de euros]”, sendo que as empresas que mais contribuíram para este resultado negativo agregado foram “a Sonangol, TAAG [companhia aérea] e ENDE [a empresa nacional de distribuição de eletricidade], cujos resultados líquidos negativos equivaleram a 90,5%, 5,0% e 4,2%, respetivamente, do total”.

As Finanças explicam ainda que “entre as razões que contribuíram para os resultados negativos excessivos, a par do desempenho operacional, constam as imparidades e os resultados financeiros da Sonangol”, a principal empresa de Angola.

 

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