Angola: Sindicato dos Professores (SINPES) rejeita “proposta salarial” de João Lourenço e greve universitária continua

O Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (Sinpes) rejeitou uma proposta de aumento salarial de 6% aparentemtne feita pelo Presidente João Lourenço para se pôr termo à bgreve no ensino superiorque reomeçou no passado dia 3 de Janeiro.

Os sindicalistas e as titulares dos Ministérios do Trabalho e do Ensino Superior estiveram reunidas na última sexta-feira, 25 de Março e Eduardo Peres Alberto Secretário Geral do Sinpes disse que que durante o encontro tomaram conhecimento de uma proposta salarial feita pelo Presidente da República na ordem dos 6 porcento, que corresponde a um ordenado mensal de USD1.300, o equivalente em Kwanza, contra os USD 5.000l solicitados pelos sindicalistas.

A proposta é considerada pelo sindicato irreal para fazer face o actual contexto social e económico.

O sincalista Eduardo Peres Alberto entende que a “mediocridade salarial” não vai ajudar na melhoria e no desenvolvimento do ensino superior em Angola.

Alberto manifestou também desagrado pelo facto do presidente João Lourenço não ter até agora feito qualquer declaração sobre a greve.

“Uma greve que perdura três meses sem o pronunciamento do Presidente da República, o titular do Poder Executivo é grave. Imagina que desde o dia 10 de Novembro de 2020 que começou a greve, interpolada a partir do dia 19 de Novembro, retomada no dia 3 de janeiro até agora, o Presidente da República fica em silêncio?”, interrogou.

No próximo sábado, garante o sindicalista realiza-se mais uma manifestação pública dos professores em face da má qualidade do ensino e do que diz ser a falta de vontade política das autoridades na solução deste problema já há muito submetido à mesa do Governo por meio de um caderno reivindicativo.

“Ontem recebemos a proposta salarial vinda do senhor Presidente da República, mas esta proposta é de aumento na ordem dos 6 porcento. O Sindicato rejeita isto porque a mediocridade salarial não vai ajudar no desempenho dos professores, aliás, a melhoria da qualidade de ensino não cai do céu, deve ser com investimentos eficientes e eficazes”, aafirmlu

O SINPES reclama pela reposição de subsídios, seguro de saúde, melhoria das infra-estruturas do ensino superior e do Fundo de Investimentos Científicos para unidades orgânicas e universidades públicas e privadas, além da regularização da dívida pública, do processo de provimento administrativo e, de igual modo a garantia de formação contínua dos professores.

Em 2018, “o SINPES entregou ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, um caderno reivindicativo com oito pontos, que deu lugar a três rondas negociais e à assinatura de um memorando, a 17 de Novembro de 2021, porém os pontos constantes deste caderno não têm sido respeitados pelas autoridades angolanas”, diz o sindicato

O pesquisador e docente universitário, Chocolate Brás, considera justas as reivindicações do SINPES e deplora as condições de trabalho nas instituições do ensino universitário.

“Não admito. Considero uma falta ao respeito, falta de honestidade intelectual e de seriedade da parte do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação não aceitar de forma aberta e franca negociar com os docentes do ensino supero público que há mais de dois meses estão em greve sem que o Governo, ao seu nível e no quadro das suas responsabilidades constitucionais, se pronuncie no sentido de atender as grandes reivindicações que o SINPES apresenta”, disse

Sobre a alegada falta de apoio à investigação científica, Chocolate Brás, lamenta a actual política de financiamento à educação e o ensino superior que tem sofrido cortes consideráveis.

“Enquanto os outros países estão preocupados em aumentar o financiamento à educação no contexto de Angola nós continuamos a assistir os cortes anuais”, disse

“Em 2018 fiz um estudo com um colega meu onde apontávamos as principais dificuldades e desafios das instituições do ensino superior para o quinquénio 2017-2022 e uma das principais questões que nós levantámos era a necessidade reforço orçamental”, acrescentou o pesquisador e especialista em Administração Educacional.

O SINPES disse estar a flexível em relação aos assuntos constantes do caderno reivindicativo colocados em cima da mesa do Ministério do Ensino Superior e uma comissão está a trabalhar no reajuste das propostas inicialmente submetidas ao Governo.

Sobre uma possível anulação do ano lectivo 2021-2022, o Secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior Eduardo Peres Alberto, docente tranquiliza os estudantes garantindo que “não h’a necessidade de anulação do ano académico”.

“Nós defendemos os nossos estudantes e se houver anulação do ano académico as consequências serão mais gravosas para o país todo”, disse o sindicalista que endereçou um apelo ao Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço:

“O Presidente da República não merecia isto, porque nos anos 2018 e 2019 sempre atendeu as preocupações apresentadas pelo sindicato, mas de pé para mão deixou de atender e, sobretudo no caso da greve está em silêncio, isto é estranho”, disse.

“O Presidente da República sempre se apresentou ponderante e aberto em relação as preocupações do ensino superior. Penso que ele está a ser mal aconselhado e ele enão merecia ele neste momento”, acrescentou

O SINPES pede um encontro directo com o Presidente da República para apresentar de viva voz as suas reivindicações.

 

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