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Angola: Sindicato Nacional dos Médicos (SINMEA) apresentam “queixa-crime” contra secretário de Estado e diretores hospitalares

O Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (SINMEA) apresentou uma queixa-crime contra cinco altos dirigentes do setor da saúde, incluindo o secretário de Estado da Saúde Pública e Hospitalar e diretores de hospitais por porem em causa o direito à greve.

Em declarações hoje à Lusa, o presidente do SINMEA, Adriano Manuel, adiantou que na origem da queixa está “a violação da lei da greve”, tendo sido identificadas pressões e tentativas de persuasão “por parte de algumas entidades”.

O sindicalista e médico pediatra salientou que estão a ser cometidos “abusos” e denunciou também a “perseguição” de que está a ser alvo, dando como exemplo uma suposta foto sua que tem sido partilhada nas redes sociais, acompanhado de um dirigente da UNITA (principal partido da oposição angolana).

“Eu estava sozinho no restaurante e de repente aparece uma montagem a dizer eu estou a ser financiado por um general da UNITA. Isto indicia uma certa perseguição”, disse Adriano Manuel.

Na queixa-crime são visados além do secretário de Estado da Saúde Pública e Hospitalar, o diretor do Hospital Josina Machel “Maria Pia”, o diretor dos Recursos Humanos do ministério da Saúde, o diretor do Hospital Pediátrico David Bernardino e o diretor provincial da Saúde de Luanda.

O presidente do SINMEA adiantou que serão feitas novas queixas contra outras entidades que não quis revelar para já.

A greve dos médicos angolanos, que reivindicam melhores condições de trabalho e aumentos salariais, decorre desde 21 de março, e o executivo angolano já anunciou que vai suspender os salários dos grevistas, dizendo que “cumpriu com os pontos do caderno reivindicativo”.

“Infelizmente, o ministério da Saúde decidiu cortar com o diálogo e ir por uma via musculada, optando pelas ameaças e pela coação”, lamentou Adriano Manuel.

No início de abril, o SINMEA anunciou que iria realizar várias manifestações, depois do governo anunciar a suspensão dos salários.

Não se vai processar os salários das pessoas que estiverem em greve, porque já houve bastante tolerância do Governo, vamos preparar outras forças e aí onde estiver em falta vamos encaixar, porque é a vida do cidadão que está a ser posta em causa”, afirmou, na altura, a ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social angolana, Teresa Dias.

 

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