A suspensão, recente, dos membros da comissão organizadora do 5.º Congresso da FNLA, pelo seu presidente, Lucas Ngonda, voltou a instalar o clima de tensão no seio do partido que, há mais de 20 anos, vem enfrentando sucessivas crises internas
A referida comissão, coordenada por Amélia Florinda António, deixa assim de realizar qualquer actividade em torno da realização do referido Congresso que era tido, por muitos contestatários, como a via oportuna de tirar de cena Lucas Ngonda, acusado de ser o principal inviabilizador do progresso do partido fundado por Holden Roberto.
Implementar maior dinâmica e reajustar os mecanismos internos constam das razões apontadas por Lucas Ngonda como estando na frente da suspensão da referida comissão.
“As razões de Ngonda não estão a ter acolhimento da parte da comissão organizadora que encara essa sua atitude como mais uma forma de ludibriar os processos para se perpetuar no poder, embora o político, que é candidato a sua própria sucessão, já tenha assumido que, caso venha a ganhar, o próximo mandato será apenas de transição e que vai abandonar a vida política activa em 2022, tão logo julgue oportuno”.
O ex-secretário geral do partido , Pedro Dala, “que recentemente foi exonerado do cargo pelo próprio Ngonda, disse que a suspensão da comissão organizadora do 5.º Congresso do partido é mais uma artimanha do presidente na instabilização do partido para continuar na direcção”.
De acordo com o político, tendo em conta a proximidade do Congresso, aprazado para os dias 16 e 17 de Agosto, não faz sentido que haja tentativa de suspensão da comissão organizadora que já tem os trabalhos avançados.
“Ele (Lucas Ngonda) não pode nem tem competência de suspender o congresso que já tem os trabalhos bem avançados”, apontou.
Para esta semana, está prevista a reunião da comissão organizadora do 5.º Congresso da FNLA, tendo os membros já manifestado a não cedência à intenção de Lucas Ngonda.