A Companhia Aérea angolana TAAG assinou hoje um acordo de 200 milhões de dólares (191 milhões de euros) anuais com a China Lucky Aviation para transporte de carga a partir de Changsa, na China, para África e América do Sul.
O presidente executivo da TAAG, Eduardo Soria, sublinhou que este acordo de longo prazo “vai permitir colocar Luanda e Angola no caminho das novas relações intercontinentais e de logística” no mundo pós-covid e está essencialmente orientado para carga.
Além de ser um acordo importante para os dois países será também “um fator decisivo para o novo aeroporto de Luanda, que vai entrar em funcionamento no próximo ano” e uma oportunidade para pôr Africa no mapa do tráfego internacional de carga, em que o continente é deficitário.
O acordo, que entra em vigor já esta semana, marca o regresso da TAAG à China e abre a possibilidade de novos mercados na América do Sul e Central, além do Brasil, bem como noutras cidades chinesas nomeadamente Hong Kong, Chengdu Tianfu, Guangzhou, Chengdu Shuangliu, Shangai Hongqiao e Pequim, capital da China.
A parceria pode chegar também a outros destinos adicionais, entre os quais a Índia, países da África subsaariana e Europa.
A rota Changsha — Luanda – São Paulo entra em funcionamento já esta semana e para atender ao contrato, que prevê a utilização de aviões TAAG em regime ‘charter’, a companhia vai adicionar à frota duas novas aeronaves Boeing 777 que se vem juntar às oito já existentes deste modelo.
Eduardo Soria adiantou que, em princípio, serão realizados dois voos por semana que poderão transportar carga de diversos tipos, desde vestuário a material logístico, estimando-se uma movimentação em torno das 200 ou 300 toneladas semanais.
O acordo cobre também operações ‘charter’ de passageiros, mas na fase inicial apenas vão realizar-se voos de carga.
Tongxi Li, representante geral da China Lucky Aviation (CLCA), “afirmou que a empresa, que opera a partir de uma zona logística especial na província de Hunan, tem parcerias estratégicas com mais de 20 companhias aéreas mundiais e salientou que o acordo vai gerar mais de 200 postos de trabalho nos aeroportos de Luanda”.
A CLCA está também a trabalhar com a TAAG, em conjunto com os governos dos dois países, para construir dois ‘hubs’ logísticos aéreos intercontinentais de passageiros e carga com Angola como país-chave, acrescentou o mesmo responsável.