Trinta homens que dizem ter pertendido ao comando ″Tigres″ das Forças Armadas Angolanas (FAA) estão a ser julgados no Tribunal Provincial de Luanda por alegadamente nunca terem sido quadros das FAA e por associação criminosa. PGR diz que pretendiam dar um golpe de Estado, eles afirmam ter sido torturados.
A acusação diz também que queriam preparar um golpe de Estado.
É um caso que envolve a inserção de rebeldes “catangueses” nas FAA, durante a década de 1970.
Um desses grupos foi liderado pelo conhecido general Nathaniel Mbumba, que regressou à República Democrática do Congo (RDC), e outro foi liderado pelo comandante Roberto Cafunda, que teria sido incorporado no regimento dos “Tigres”.
O Governo angolano diz que com a paz, esse regimento foi desmobilizado e os seus elementos cadastrados na Caixa Social.
Os réus detidos em 2020 e agora no tribunal, muitos deles a afirmarem ter patentes de oficiais das FAA, são, segundo a Procuradoria-Geral da República, oportunistas.
Na audiência de quinta-feira, 20, acompanhada pela VOA, o suposto capitão Venâncio Miguel, de 52 anos de idade, explica que frequentou o local onde foi detido em três ocasiões, para se informar da resposta às “cartas enviadas ao Governo para o enquadramento na caixa social”.
“Não havia armas nem qualquer material bélico, apenas algumas tendas pequenas”, contou Miguel que, depois de ter ido a um hotel supostamente, com outros colegas, para ter uma reposta, disse ter sido preso e submetido a maus-tratos.
“Os meus colegas sofreram o pior”, garantiu Venâncio Miguel, quem questionado pela juiza Josina Falcão se queria apresentar uma queixa-crime contra os autores das torturas disse que sim.
O advogado de defesa do grupo, Salvador Freire, diz que os arguidos “pertenceram ao comando Tigres, que é uma ramificaçao das Forças Armadas Angolanas como muitas outras”.
O julgamento continua.