A UNITA demarcou-se hoje de supostas milícias às quais tem sido associada em panfletos que circulam nas redes sociais, alguns dos quais com o símbolo da Polícia Nacional, e pediu às autoridades que investiguem a origem das imagens.
O caso foi hoje denunciado em conferência de imprensa pelo secretário-Geral da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, principal partido da oposição angolana), Álvaro Chikuamanga Daniel, numa declaração sobre o momento político que o País vive.
Segundo a UNITA, tem circulado “nas redes sociais, e em alguma imprensa”, imagens que insinuam a existência de milícias, supostamente financiadas pela UNITA, algumas das quais recorrendo aos símbolos da Polícia Nacional o que “torna o assunto mais grave”.
“Esses indícios, em ambiente pré-eleitoral, associados a atos e discursos que incitam à intolerância e à violência, representam a reedição da estratégia de manipulação, característica do regime, com o propósito de desviar a atenção da opinião pública nacional e internacional, dos reais problemas dos cidadãos”, acusa o partido, “rejeitando qualquer associação da sua imagem a quaisquer atores que pretendam perturbar a estabilidade política e social do país” e pede uma investigação “aos promotores destas ações caluniosas e difamatórias”.
Instado pelos jornalistas a apresentar esses panfletos, o secretário-geral da UNITA exibiu um panfleto onde é visível um grupo de homens armados, com a legenda “altamente perigosos financiados pela UNITA”, bem como um símbolo da Polícia nacional (PN)
“Se isto é da autoria da PN porque é que não aborda a direção da UNITA para se defender contra esta informação? Por que não investiga estes assuntos para aparecer com dados irrefutáveis?” – questionou
Por outro lado, continuou, “se a PN se demarca disto por que permite que isto circula nas redes sociais”, disse, pedindo um esclarecimento das autoridades sobre estas questões que “interessa ao partido e a comunidade nacional e internacional”.
O político considerou este tipo de difamação bastante perigoso numa fase como esta (período pré-eleitoral em Angola), tendo em conta “o histórico, aquilo que aconteceu no passado)”.
“Temos de evitar que o nosso país volte a situações de conflito por irresponsabilidade de alguns. isto é muito grave para a estabilidade social e política”, realçou, acrescentando que já foi endereçada uma carta à PN.
Na declaração do secretariado executivo do comité permanente, a UNITA refere que o contexto de competição eleitoral “exige um ambiente de abertura, isenção e respeito pela diferença, da parte das instituições públicas e privadas” e afiram o seu compromisso com a paz e os valores da democracia.
“É desprestigiante para Angola e ultrajante para o seu povo, a repetição de ciclos de violência política, em anos eleitorais, que apenas acomodam a agenda da manutenção do poder político e não o interesse nacional”, lamenta o partido.
Angola tem eleições gerais previstas para agosto de 2022.