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Antigos combatentes e veteranos da pátria na província angolana do Uíge clamam “fome, miséria, pobreza extrema e falta de pensões”

A fome, miséria e a pobreza extrema de alguns antigos combatentes e veteranos da pátria na província angolana do Uíge continuam a preocupar UNITA e FNLA, dois do três movimentos que lutaram para a Independência do país.

O secretário provincial adjunto da FNLA, Afonso Teka, acusou o Governo do MPLA de violar os princípios do acordo celebrado entre os antigos combatentes, quanto ao acesso a lotes de terras, para habitação e agricultura, isenção no pagamento de impostos, entre outros serviços sociais.

“A vida actual que os antigos combates da FNLA levam é lastimável, são pessoas que não têm uma vida condigna, o Governo formado pelo MPLA viola aqueles princípios celebrados entre os antigos combatentes, não há respeito nem dignidade, os antigos combatentes morrem e vivem tipo cães, o que não poderia ser, há um leque de documentos assinados pelo MPLA sobre a isenção dos impostos, lotes de terras para os antigos combatentes e tantas outras garantias que não se faz sentir”, lembrou Teka, quem revelou que já foram entregues “várias listas ao Ministério, mas até agora nada recebem e não se sabe por quê”.

Por sua vez, o secretário provincial da UNITA, Felix Simão Lucas, acusa o Governo de desvalorizar os antigos combatentes e veteranos da pátria que com bastante sacrifício puseram as suas vidas em risco na luta pela liberdade.

“É com bastante pena que nós olhamos para o subsídio dos antigos combatentes que vai de 18.000 a 20.000 kwanzas, que não corresponde com o actual custo de vida, nem chega para comprar uma caixa de peixe carapau, é falta de reconhecimento para aqueles que deram o seu esforço para a conquista da independência que muita gente hoje está a usufruir, o Governo deveria prestar muita atenção para essa classe de mais velhos que estão bastante vulneráveis” apelou.

Aquele parlamentar, falou ainda do único projecto habitacional dos antigos combatentes na província que teve início em 2013, cujas obras encontram-se paralisadas por motivos desconhecidos.

Simão Lucas, acusou ainda o governo de excluir nos projetos sociais do governo, os antigos combatentes dos outros movimentos de libertação nacional.

Entretanto, a diretora do Gabinete Provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da pátria, Odeth Pinto, não quis falar sobre os projectos sociais em curso dos antigos combatentes, nem sobre a distribuição de terras, e limitou-se em responder à questão dos pré-candidatos, que aguardam receber suas pensões.

“O que significa dizer que vão aguardar, os processos já estão homologados, tão logo se conclua o processo que estão a levar a cabo do recadastramento, então vamos aguardar orientações superiores quando é que eles serão inseridos, é só aguardar a inserção no sistema”, disse aquela responsável governamental.

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