A Assembleia Nacional de Angola (ANA) condenou, esta sexta-feira, o ataque a uma caravana da UNITA, maior partido da oposição, ocorrido hoje na província do Cuando Cubango, que provocou pelo menos nove feridos e dois desaparecidos.
Em comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação e de Imprensa, o parlamento angolano afirma-se convicto de que “o incidente hoje ocorrido no município do Cuito Cuanavale, vai merecer a devida atenção das entidades competentes pelo que os autores deverão ser responsabilizados”.
Além de lamentar o sucedido, na nota apela-se às populações que “respeitem convivência pacífica, a paz social e os preceitos do Estado de democrático e de Direito”.
“Continuemos firmes na defesa dos princípios e valores dos atos em defesa da paz, da unidade nacional e repudiar todos os atos que revelam intolerância política, religiosa e social, linguagem de ódio e de violência que não devem ter lugar num Estado Democrático de Direito”, frisa-se no comunicado, no qual se expressa ainda solidariedade para com as famílias das vítimas.
Numa nota de imprensa divulgada anteriormente, o grupo parlamentar da UNITA, detalha que o ataque à caravana de deputados do partido provocou nove feridos, cinco dos quais graves, e dois desaparecidos.
Nesta nota de imprensa exorta-se as autoridades competentes a instaurarem um inquérito e a responsabilizar os culpados.
Na mesma nota adianta-se que a delegação de deputados era composta pelos deputados João Kaweza, David Kisadila, Jeremias Abílio e o assessor Maurílio Luiele, que se encontram na província do Cuando Cubango para as jornadas municipais.
O grupo parlamentar da UNITA salientou que a caravana foi “alvo de um ataque perpetrado por supostas milícias do regime” a meio da manhã no troço Longa-Cuito Cuanavale, tendo a ação resultado também em danos materiais a oito das nove viaturas que integravam a coluna.
Segundo o grupo parlamentar da UNITA, “no momento do ataque, os agressores gritavam ‘no Quito Cuanavale só há entrada, não há saída para a UNITA’ numa autêntica demonstração de intolerância política, empunhando armas de fogo, paus e catanas e arremessando pedras aos membros da delegação de deputados”.
No documento, a UNITA instou o Presidente, João Lourenço, “a assumir as suas responsabilidades de defesa da vida, dos direitos, liberdades e garantias fundamentais de todos os cidadãos”, condenando veementemente a ação, que classificou como “atos de terror, ódio, fundamentalismo partidário e intolerância política”.