Ativista da Lunda Tchokwé, José Mateus Zecamutchima acusa a Polícia Nacional (PNA) de “deter ilegadamente” 11 cidadãos

José Mateus Zecamutchima afirma que esses cidadãos foram soltos pelo tribunal por não terem qualquer ligação com os confrontos e 8 de outubro em Saurimo.

O líder do Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwé acusa a Polícia da Lunda Norte de, alegadamente, ter mandado de volta para a cadeia 11 cidadãos que tinham soltos pelo tribunal do município do Cuango por não ter sido provada a sua ligação com os tumultos da madrugada do dia 8 de Outubro na cidade de Saurimo, capital da província da Lunda Sul.

Naquele dia 200 pessoas foram detidas por alegadamente apoiar o acto de proclamação da autonomia das Lundas pelo cidadão angolano, Jota Filipe Malakito, líder de uma facção pró autonomia titulada do Manifesto Jurídico Sociológico do povo Lunda-Tchokwe (MJSPLT).

Em conversa com a Voz da América, José Mateus Zecamutchima disse estar preocupado com o fato de os cidadãos continuarem presos sem culpa formada.

“Não houve nenhum julgamento até hoje e estamos preocupados com isso, não temos nenhuma informação sobre o que está a acontecer até este momento”, concluiu Zecamutchima.

O ativista Jordan Muacabinza também manifestou-se desapontado com a prisão dos dos cidadãos sem culpa formada e afirmou tratar-se de um ato que atenta contra a liberdade de manifestação consagrada na Constituição.

“Há pessoas idosas e mulheres no grupo dos detidos e não faz sentido nenhum mantê-los na cadeia”, afirmou Jordan Muacabinza.

Por sua vez, o soba Kapembe da Lunda Norte pediu a libertação imediata dos detidos ao mesmo tempo que sugere ao Governo a solução dos principais problemas que inquietam a população das regiões das Lundas ricas em diamantes.

A Voz da América tentou, sem sucesso, ouvir o porta-voz da Polícia local (PN) superintendente Florêncio de Almeida.

Na passada semana aquela responsável da PN havia assegurado que o tribunal da corporação iria levar a julgamento sumário 140 dos mais de duzentos cidadãos e que 40 outros iriam ser encaminhados ao Ministério Público e ao juiz de garantias “para a legalização da sua situação carcerária e aguardar por um processo de querela”.

Recorde-se que o ministro angolano da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, advertiu no dia 11, que o Governo “não vai permitir que grupos de cidadãos possam inverter a ordem”.

A manifestação do dia 8 de Outubro na cidade de Saurimo visou supostamente apoiar o acto de proclamação da autonomia das Lundas orientado pelo cidadão angolano, Jota Filipe Malakito, líder de uma facção pró autonomia titulada do Manifesto Jurídico Sociológico do povo Lunda-Tchokwe (MJSPLT).

A organização, não reconhecida pelo Estado angolano foi citada, em Luanda, como tendo anunciado igualmente que após a autoproclamada “República das Lundas”, este grupo será transformado no Partido Democrático da Defesa do Estado Lunda-Tchokwe (PDDELT).

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