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“Banco Central de Angola (BNA) prevê continuar a descer taxas de juro, ajudado pelo abrandamento da inflação” — Banco Fomento Angola (BFA)

O Gabinete de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA) considerou hoje que o banco central deverá continuar a baixar as taxas de juro, ajudado pelo abrandamento da inflação, que atingiu mínimos de 2015 em dezembro.

“A redução da taxa de juro básica, das facilidades permanentes de cedência e absorção de liquidez têm a sua relevância no quadro da transmissão da política monetária via ‘forward guidance’ — ou seja, indicando ao mercado o que esperar no futuro da política monetária -, visto que a decisão tomada na passada sexta-feira é um sinal claro que o BNA dá ao mercado que espera ver a inflação a continuar a sua trajetória de desaceleração”, escrevem os analistas num comentário à decisão anunciada no final da semana passada.

No comentário, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os economistas do BFA escrevem que, assim, o banco “passa a mesma expetativa aos agentes económicos e sobretudo aos bancos de que poderão contar com juros mais baixos no futuro próximo, o que pode potencialmente influenciar decisões de investimento”.

O Banco Nacional de Angola reduziu no dia 20 todas as taxas de juro diretoras, cortando a taxa básica (BNA, de referência para os créditos), em 1,5 pontos percentuais, de 19,5 para 18%.

A taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez desceu de 21% para 18%, enquanto a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez passou de 15% para 14%.

“Mesmo com a inflação homóloga a atingir em dezembro de 2022 mínimos de 2015 e fechando mais do que 4 pontos percentuais abaixo da meta daquele ano, o BNA manteve-se bastante cauteloso no que diz respeito a flexibilização da política monetária”, escrevem os analistas.

O banco central, concluem, “está a criar um ambiente que deve levar à descida das taxas de juro interbancárias e, por arrasto, às taxas de juro cobradas pelos bancos no crédito a clientes”.

O Comité de Política Monetária analisou a situação económica a nível internacional que aponta para uma desaceleração do crescimento e uma redução da inflação, em 2023, como resultado da política monetária restritiva, desaceleração da atividade económica, normalização das cadeias de abastecimento e dos preços das ‘commodities’ não energéticas.

A nível nacional, “os fundamentos macroeconómicos continuam favoráveis”, disse José de Lima Massano no final da reunião, no dia 20, apontando o desempenho positivo da conta de bens que registou um saldo superavitário de 30,92 mil milhões de dólares (+41,92% do que em 2021), aproximadamente 28,51 mil milhões de euros.

As Reservas Internacionais situaram-se em 14,48 mil milhões de dólares (13,35 mil milhões de euros), o que corresponde a uma cobertura de cerca de seis meses de importações de bens e serviços.

 

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