De acordo com o Correio da Manhã, este processo é anterior ao da queda do GES. Em causa estão 337 milhões de euros que terão sido alegadamente recebidos por este grupo por via de sociedades com créditos no banco.
Segundo o Ministério Público (MP), este processo investiga a transferência de verbas do Banco Espírito Santo (BES) para o BESA e o seu posterior “descaminho com o pretexto da sua afetação a processos de concessão de crédito“.
Estas suspeitas constam de documentos incluídos nos autos do caso GES, cuja acusação foi realizada em julho deste ano. Os dois processos têm a mesma equipa de procuradores.
“Suspeita-se que os fundos do BESA, com origem no BES, por via do funcionamento das linhas de mercado monetário interbancário, serviram propósitos criminosos de elementos da estrutura acionista do BESA e do BES, que por esta via lograram a transferência de avultadas verbas para contas e entidades sob o seu domínio pessoal”, lê-se num documento datado de 7 de fevereiro. “É o caso dos arguidos Álvaro Sobrinho, Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires e Hélder Bataglia, ligados à gestão do BESA, do BES e do BESACTIF”.
O MP faz referência a negócios envolvendo imóveis dos fundos BESA Património e BESA Valorização, nos quais as sociedades Govesa e Socidesa aparecem como intermediárias entre o BESA e a BESACTIF “em sucessivos contratos-promessa de compra e venda”.
Em julho, Salgado foi acusado de 65 crimes, incluindo associação criminosa, corrupção ativa no setor privado, burla qualificada, branqueamento de capitais e fraude fiscal, no processo BES/GES.
Segundo a acusação, Salgado foi acusado de um crime de associação criminosa, em coautoria com outros 11 arguidos, incluindo Amílcar Pires e Isabel Almeida.
Está também acusado da autoria de 12 crimes de corrupção ativa no setor privado e de 29 crimes de burla qualificada, em coautoria com outros arguidos, entre os quais José Manuel Espírito Santo e Francisco Machado da Cruz.
As burlas cometidas pelo ex-banqueiro terão custado 2,5 mil milhões de euros ao BES.