spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Caso de corrupção atinge irmão do Presidente da República de Angola (PRA), João Lourenço

Analistas defendem investigação da PGR ao irmão do Presidente da República de Angola (PRA), João Lourenço. A aquisição “duvidosa” de três aviões da Sonangol, bem como a aproximação a figuras suspeitas do regime de Kinshasa estão sob escrutínio público.

As denúncias são de uma investigação conjunta do semanário português Expresso, do congolês Actualité e da Plataforma para Proteção dos Denunciantes em África (PPLAAF), com sede em Paris, França.

Segundo as investigações, o general Cerqueira João Lourenço, que é irmão do Presidente angolano e que foi nomeado este ano chefe adjunto da Casa Militar da Presidência da República, adquiriu três aviões da Sonangol e transferiu-os para República Democrática do Congo (RDC) de forma duvidosa.

Presidente deveria estimular PGR a investigar

O tema foi tornado público na segunda quinzena deste mês e continua a gerar debate em Angola. Para o jornalista Ilídio Manuel, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já deveria ter investigado estas denúncias.

“O Presidente da República também devia estimular este tipo de investigações, uma vez que ele hasteou o combate à corrupção como a sua bandeira de luta”, comentou à DW África.

“Ele tinha de demonstrar que não foram apenas aqueles que chama de marimbondos do ex-Presidente da República que estão envolvidos em atos de corrupção, mas também da sua governação”, acrescentou.

Nkinkinamo Tussamba, docente universitário e especialista em relações internacionais, lembra que os “crimes não são transmissíveis” e, por isso, apela à “separação das águas”.

“Não sendo transmissíveis, não podemos aqui olhar para pessoa do General Cerqueira como se estivéssemos a olhar para o Presidente João Lourenço. É bom que isso fique claro”, asseverou.

Falta de informação

Para o especialista angolano Nkinkinamo Tussamba, a PGR deveria informar a sociedade sobre este caso.

“Ausência de informação vai dando aso a especulação. E isso, sim, é que nos preocupa”, considerou.

“É preciso aqui apelarmos à cultura de informar. Informar a sociedade, informar a população porque é o nosso direito. Nós precisamos de ser informados para fugirmos do campo da especulação”, opinou ainda.

A DW África tentou ouvir a PGR, mas sem sucesso.

Este caso sobre alegada corrupção surge numa altura em que o Comité Técnico Especializado de Justiça e Assuntos jurídicos da União Africana (UA) aprovou, este mês, a proposta de Angola sobre prevenção e combate à corrupção.

A iniciativa visa reforçar a eficácia do Conselho Consultivo da União Africana para o Combate à Corrupção. No entanto, surgem agora dúvidas sobre a eficácia dessa medida.

“Só poderá ajudar ou não Angola no campo de investigação sobre este caso quando houver, de facto, alguma manifestação pública da PGR no sentido de investigar este caso. Não havendo uma manifestação pública, não havendo uma solicitação oficial da PGR angolana, pensamos que, este processo, não existe”, conclui Nkinkinamo Tussamba.

 

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Destaque

Artigos relacionados