Conselho da República de Angola (CRA) aprova “alteração administrativa” do país para 20 províncias e 325 municípios

O Conselho da República de Angola (CRA) concordou hoje com a iniciativa de alteração da Divisão Política e Administrativa (DPA) do país para 20 províncias e 325 municípios.

A decisão saiu hoje da reunião deste órgão colegial e de consulta do Presidente angolano, João Lourenço.

Rosa Cruz e Silva, porta-voz do órgão e que apresentou o comunicado final do encontro, deu nota que o Conselho se pronunciou favoravelmente à subdivisão das províncias do Moxico e Cuando-Cubango.

Deste modo, a província do Moxico será subdividida em duas, passando a ter a província do Moxico, com sede no Luena, e a província do Cassai-Zambeze, cuja sede será Kazombo.

Cuando Cubango será igualmente subdividida em duas, sendo Cuando, com sede em Mavinga, e Cubango com a sede em Menongue.

Estas duas novas províncias juntam-se às 18 já existentes, totalizando 20 províncias.

De acordo com Rosa Cruz e Silva, o Conselho da República de Angola foi também favorável à proposta de elevação das comunas e distritos urbanos à categoria de municípios em toda a extensão do país, totalizando 161 novos municípios que se juntam aos atuais 164.

O órgão recomendou ao executivo angolano que aprove uma estratégia de implementação na nova DPA e a criar condições de formação de recursos humanos e infraestruturas para os novos entes administrativos.

A proposta de DPA, que previa igualmente a divisão das províncias do Cuanza Norte e Uíge, foi alvo de consulta pública e também de críticas de partidos políticos na oposição e da sociedade civil, que defendiam a implementação das autarquias como prioridade.

O ministro Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, disse, na reunião, que o documento deve ainda merecer apreciação da Assembleia Nacional (parlamento).

Deu nota que a nova DPA, que visa “maior aproximação dos serviços do Estado às populações”, deve entrar em vigor em 2025 e que o Orçamento do Estado para esse ano, que será aprovado em finais de 2024, deve contar já com verbas para as 20 províncias e os 325 municípios.

Assegurou também que a criação de condições essenciais nos novos espaços territoriais deve acontecer de forma gradual em 2024.

O Conselho da República, órgão de consulta do Presidente angolano, é composto pela vice-Presidente da República, presidente da Assembleia Nacional, Procurador-geral da República, líderes de partidos com assento no parlamento, membros do Governo e outras personalidades convidadas por João Lourenço.

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[…] desalinhado com as prioridades da população”.Seja como for, o líder da oposição lembra que o Conselho da República de Angola (CRA), enquanto órgão consultivo, não tem competências para deliberar: “Não querem o poder local, […]

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[…] Democrático, em comunicado a que OPAIS teve acesso nesta Segunda-feira, 8, manifestou-se contra a nova proposta de divisão político-administrativa, apresentada pelo Executivo recentemente ao Con…, e exige que sejam realizadas eleições autárquicas ainda no presente […]

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[…] que considerou estar assustada com o programa de descentralização, que inscreve a nova Divisão Política e Administrativa (DPA), prevendo a criação de mais duas províncias (totalizando 20) e mais 161 novos municípios […]

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[…] Assembleia Nacional de Angola (ANA) aprovou hoje, na generalidade, uma proposta de lei que cria mais duas províncias e 161 novos municípios, com votos contra do grupo parlamentar da UNITA, maior partido da […]

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[…]  Chiyaka voltou a defender a necessidade da institucionalização das autarquias em Angola, referindo que sem descentralização política “não há proximidade de serviços” e sem autarquias “não há eficácia na ação da governação local”, criticando a iniciativa do Governo angolano sobre a nova Divisão Política e Administrativa (DPA). […]

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[…] são, sim, uma urgência, é verdade que foi já aprovada na generalidade a proposta de lei sobre a Divisão Política e Administrativa (DPA), entretanto temos este procedimento a quase 50 anos, começamos com 17, 18 províncias e agora […]