A Consultora Oxford Economics antecipa que a taxa de inflação no país africano atinja os 20,3% no próximo ano e que o banco central do país suba a taxa de juro em 200 pontos base até ao fim de 2023.
A Consultora Oxford Economics antevê que Angola termine o ano com a inflação nos 18%, depois da subida de 16,6% em outubro, a sexta consecutiva, devendo acelerar para uma média de 20,3% no próximo ano.
“Prevemos que a taxa de inflação vá continuar a subir para 18% até final do ano e que o Banco Nacional de Angola vá subir a taxa de juro em 200 pontos base [2 pontos percentuais] antes do final do ano, e esperamos que os efeitos da desvalorização da taxa de câmbio continuem a fazer-se sentir no primeiro semestre de 2024, resultando numa inflação média de 20,3% no próximo ano”, escreve a Oxford Economics.
Num comentário à evolução dos preços em Angola, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas estimam que os preços estejam, em dezembro, 18% mais caros do que em dezembro de 2022, o que faz com que, juntando o total deste ano, os preços tenham, em média, subido 13,6% no conjunto do ano.
“A significativa fraqueza da moeda desde maio, com o kwanza a transacionar nos piores níveis de sempre, nos 830 por dólar, levou a um ressurgimento da inflação alimentar, a que se junta o facto de a redução nos subsídios aos preços dos combustíveis também ter começado a colocar pressão na subida dos preços dos transportes”, escrevem ainda os analistas.
A inflação, concluem, “está ao nível mais elevado desde outubro de 2022 e já leva seis meses consecutivos de subida, desde maio”.
O Instituto Nacional de Estatística do país divulgou recentemente que a inflação tinha subido 2,2% em comparação com os preços de setembro, o que representa uma ligeira aceleração face aos 2,1% de crescimento registado em setembro face ao mês anterior, impulsionada principalmente pelos setores da alimentação e bebidas não alcoólicas e pelos bens e serviços.