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Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) quer surpreender nas “eleições de 2027”

A Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) completa doze anos de existência. Em entrevista à DW África, o presidente da coligação, Manuel Fernandes, diz que está a preparar um “grande regresso” ao Parlamento angolano nas eleições gerais de 2027.

A Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) já pensa em 2027.

Há quase dois anos, a formação política não conseguiu eleger qualquer deputado nas eleições gerais. Teve de sair do Parlamento. Mas a coligação pretende regressar ao convívio com os principais partidos políticos já no próximo escrutínio.

“A todos os militantes, simpatizantes e amigos da CASA-CE, peço que tenham fé”, afirma o presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, em declarações à DW África. “Tudo faremos para conferir uma outra realidade no próximo pleito eleitoral”, assegura.

CASA-CE faz “mea culpa”

Criada em 2012 por Abel Chivukuvuku, antigo dirigente da UNITA, a CASA-CE é integrada por partidos políticos, antigos militantes de diversas formações e cidadãos independentes.

Até agora, a CASA-CE disputou três pleitos eleitorais. Em 2012, poucos meses após a sua criação, conseguiu eleger oito deputados. Em 2017, ainda sob a liderança de Abel Chivukuvuku, duplicou o número de mandatos, passando de oito para 16 assentos no Parlamento.

Mas fruto das convulsões internas, Abel Chivukuvuku foi afastado da liderança da coligação em 2019, tendo sido substituído por André Mendes de Carvalho (Miau), que ficou por pouco tempo à frente da força política e foi depois substituído por Manuel Fernandes.

Entretanto, no pleito de 2022, quando se esperava um alargamento da sua bancada parlamentar, a CASA-CE obteve apenas 47.446 votos (0,76% dos votos), um número insuficiente para eleger um único deputado sequer.

Manuel Fernandes assume o fracasso e aponta uma possível causa para esta queda: “As crises internas que tivemos prejudicaram-nos, devemos reconhecer isso, porque fizeram com que o cidadão perdesse a fé”.

“Os partidos não faziam nada”

A CASA-CE foca-se agora em ações para reestruturar a atividade política dos partidos coligados e reabilitar a sua imagem perante o eleitorado, diz Manuel Fernandes.

“Nós vivíamos naquela estrutura funcional da CASA-CE e os partidos não faziam o seu trabalho de casa. Quem fazia esse trabalho era a coligação; os partidos não faziam absolutamente nada. Como resultado, a coligação era só um nome, uma junção de siglas.”

O político acredita, no entanto, que é possível inverter esse cenário até 2027: “Saímos da coligação atípica para uma coligação clássica real”, assegura Manuel Fernandes.

“O trabalho político deve ser feito pelos partidos – a mobilização [de eleitores], o enquadramento, a formação política e a estruturação, para que, em 2027, tenhamos também partidos fortes”, conclui.

 

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