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COVID-19: Com mais de “mil casos” em 24 horas, Angola fecha fronteiras

Para conter a propagação do coronavírus, Executivo angolano apertou as medidas restritivas que vigoram já a partir desta sexta-feira. País registou 1.163 novos casos nas últimas 24 horas, segundo ministra da Saúde.

Em Angola, a partir desta sexta-feira (24.12) até 15 de janeiro de 2022, as fronteiras vão permanecer encerradas por conta da Covid-19. O Governo também tornou obrigatória a apresentação do certificado de vacina ou teste negativo para acesso a serviços públicos e privados.

O anúncio foi feito na noite desta quinta-feira (23.12) pelo ministro de Estado e Chefe da Casa de Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado durante a atualização do decreto presidencial sobre o estado calamidade pública em Angola.

Estão apenas autorizadas a entrada e saída do país para o efeito de regresso de cidadãos nacionais e estrangeiros residentes, viagens oficiais, ajuda humanitária e emergências médicas.

As autoridades angolanas impõem quarentena domiciliar obrigatória de 14 dias a todos os cidadãos provenientes do estrangeiro.

Além disso, o Executivo determina a redução para 30% da força de trabalho nas funções pública e privada no país.

“Estabelecer o funcionamento dos serviços públicos administrativos e do setor privado no período das 8 horas às 15 horas diariamente. Determinar que os antes públicos e privados estabeleçam o sistema de teletrabalho obrigatório para as mães com filhos menores de 12 anos, gestantes e pessoas com comorbilidades”, anunciou o general Francisco Furtado.

Evitar aglomerações

Os restaurantes vão funcionar das 6 às 16 horas para o atendimento presencial e das 16 às 22 horas para o serviço de entrega.

Segundo o chefe da Casa Militar do Presidente da República, fica proibida ainda “a realização de atividades festivas ou recreativas em locais não domiciliares, salões de festas e estabelecimentos similares”.

A competição desportiva também foi suspensa devido aos novos casos da Covid-19.

O Governo angolano proíbe os ajuntamentos na via pública com mais de 10 pessoas e limita a lotação dos transportes públicos em 50%.

Limita também os ajuntamentos domiciliares em “até 15 pessoas, com a observância de distanciamento físico entre as pessoas, apresentação de certificado de vacinação ou teste SARS-COV-2 negativo realizado até 48 horas antes”, avisou o governante.

Alastramento de casos

A situação da Covid-19 é preocupante, segundo a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta. Em três dias, Angola registou mais de dois mil novos casos de coronavírus. Duas pessoas morreram vítimas da Covid-19.

A província de Luanda continua a ser o epicentro da doença, diz a ministra.

“Foram registados nas últimas 24 horas, 1.163 novos casos, 584 do sexo masculino e 579 do sexo feminino, com idades compreendidas entre um mês e 81anos de idade”, informou na quinta-feira (23.12).

As autoridades investigam a presença da variante Ómicron, ou de nova estirpe do coronavírus no país.

Diante da situação, nesta quadra festiva, Sílvia Lutucuta desaconselhou aglomerados no seio familiar e apelou à adesão massiva aos postos de vacinação.

“Se não está vacinado, não visita os seus familiares. A não ser que tenha um teste negativo com menos de 48 horas. Queremos que as famílias façam o exercício de reduzirem o número de pessoas nas suas casas. A situação está bastante desafiante, não sabemos como serão os próximos dias”, alertou a governante angolana.

Face ao aumento no número de casos, a produtora LS Republicano cancelou na quinta-feira a realização do concerto denominado “Show da Virada”, realizado anualmente, no dia 31 de dezembro, e que junta, num só palco, cerca de 100 músicos.

 

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