COVID-19: Crianças vacinadas em Luanda garantem “mobilizar” menores para campanha com fraca adesão

Os irmãos Maria Cristina e Rubém Octávio, 15 e 14 anos, foram hoje vacinados contra a covid-19, em Luanda, e garantem “mobilizar mais crianças” para esta campanha “muito importante” que regista fraca adesão nos postos de vacinação.

A campanha de vacinação contra à covid-19 para menores entre os 12 e 17 anos iniciou-se na quinta-feira em Angola, com uma procura tímida aos Postos de Vacinação de Alto Rendimento (PVAR) espalhados em Luanda, capital do país, como constatou hoje a Lusa.

A chuva miúda que caiu hoje sobre Luanda no período matinal não inibiu os pais e encarregados de educação de acompanharem os menores ao PVAR do Complexo Desportivo da Cidadela, distrito urbano do Rangel.

Mobilizar mais crianças para a vacina, que é “segura, rápida, importante” e que “não dói”, foi a garantia da Maria Cristina, 15 anos, que tomou hoje a primeira dose que garante o bem-estar e previne que as pessoas adoençam com covid-19, “que é muito perigosa”.

“A vacina é importante porque ela ajuda-nos a prevenir esta doença e não só, mesmo querendo ou não a gente tem que apanhar a vacina porque é para o nosso bem-estar”, disse à Lusa a estudante da 9ª classe.

Sem receios e com noção da perigosidade da covid-19 para si e os mais próximos, Maria Cristina, após ser inoculada, assegurou que doravante vai mobilizar e aconselhar os colegas de escola e demais pessoas a tomarem a vacina.

Rubém Otávio, 14 anos, irmão mais novo de Maria Cristina, também foi hoje inoculado contra a covid-19, cuja vacina considera “muito eficaz”, tendo igualmente aconselhado outras crianças a seguirem o seu exemplo e as orientações das autoridades.

“Só tive o receio de vacina doer um bocado, mas o medo já passou, daqui para frente é seguir todas as medidas de prevenção”, frisou o menino, que está a frequentar a 8ª classe.

As vacinas da Moderna e Pfizer são as autorizadas pela direção nacional de Saúde Pública de Angola e que estão a ser administradas às crianças e adolescentes nesta campanha.

Acompanhado pelo pai, Miguel Dionísio, 12 anos, rompeu o medo e tomou a vacina e, no final, manifestou-se satisfeito, tendo garantido que irá redobrar as medidas de proteção individual contra a doença.

E o pai do garoto, por sua vez, disse que aguardou com ansiedade para ver vacinado o seu filho e refutou os preconceitos e receios que ainda existem sobre alegadas consequências da vacina nas crianças.

“Sim, há pessoas que ainda pensam que isso é brincadeira, que a covid-19 não existe. Vi uma família que faleceu, não vimos o corpo, e sentimos muito por isso”, recordou Vasco Filho, 48 anos.

A necessidade de ganhar imunidade contra a covid-19 levou Jerusa da Silva, 15 anos, ao PVAR da Cidadela Desportiva. Após ser vacinada, a estudante da 10ª classe afirmou que o processo “foi bom, calmo” e garantiu “nova postura e maior cuidado”.

O PVAR do Complexo Desportivo da Cidadela vacinou na quinta-feira, primeiro dia da campanha, cerca de 35 crianças e até ao meio dia desta sexta-feira já havia vacinado perto de 40, revelou a coordenadora, Esperança Belo.

A médica exortou os pais a levarem as crianças para serem inoculadas, referiu que os encarregados que ali acorreram com os filhos saíram daquela unidade “ainda muito satisfeitos” com os menores já vacinados.

“A logística está boa, não temos rotura de nada, temos vacina suficiente (…). E continuamos a apelar aos pais que acompanhem os filhos que esse é um processo muito importante na vida de cada criança e de cada angolano”, realçou Esperança Belo.

 

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