COVID-19: Governo de Joe Biden quer que estados norte-americanos ofereçam “100 dólares” a quem for vacinado

A ideia do governo federal é seguir o exemplo da cidade de Nova Iorque e dos supermercados Kroger e dar um incentivo de 100 dólares para convencer os céticos a tomarem a vacina contra a Covid-19.

O governo federal dos Estados Unidos da América quer que os vários estados que compõem o país sigam o exemplo de Nova Iorque e ofereçam um cheque de 100 dólares (cerca de 84 euros) aos cidadãos que se vacinem contra a Covid-19, uma medida que tem como objetivo ultrapassar a grande resistência à vacinação que se tem sentido no país.

De acordo com a imprensa norte-americana, a atribuição de incentivos diretos em dinheiro é uma das medidas no centro do novo plano do Presidente dos EUA, Joe Biden, para motivar os norte-americanos para a vacina. Por outro lado, o governo federal quer também que os funcionários das agências federais sejam obrigados a revelar ao empregador se estão vacinados ou não. Caso recusem a vacina, terão de realizar testes frequentes para poderem continuar a trabalhar.

A ideia do governo de Biden assenta em algumas experiências que já estão a ser aplicadas. Por exemplo, a cadeia de supermercados Kroger, uma das maiores empresas dos Estados Unidos, adotou internamente uma medida semelhante, atribuindo um bónus de 100 dólares aos funcionários que se vacinassem — e a taxa de vacinação entre os trabalhadores, inicialmente nos 50%, disparou para 75%.

“Nos organismos governamentais, também a autarquia de Nova Iorque já adotou um esquema semelhante com financiamento municipal, para combater a quebra que se tem verificado no índice de aceitação das vacinas”.

O The New York Times escreve que a ideia do governo federal passa por convencer os governadores dos 50 estados norte-americanos a adotar este esquema de incentivos e que o financiamento para o programa poderá vir dos pacotes de apoio financeiro que estão a ser entregues aos estados e que têm um valor global de 350 mil milhões de dólares.

Contudo, a eficácia da medida não é unânime. “Algumas pessoas vão considerar a oferta insultuosa, outras vão usá-la como prova de que a vacina não é boa“, alertou a antropóloga Elisa Sobo, que tem estudado o fenómeno da resistência às vacinas. Vários especialistas têm advertido também para a possibilidade de esta medida ser contraditória com a mensagem genérica de que a vacina já traz, por si, benefícios grandes para quem a toma.

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