A poucos dias da comemoração de mais um DIA AFRICANO DA ESTATÍSTICA que é celebrado a 18 DE NOVEMBRO de cada ano, – “com o objectivo de sensibilizar o público para o papel importante que desempenham as estatísticas em todos os aspectos da vida social e económica em África e na preservação do ambiente em que vivemos” –, nos propomos aqui, neste espaço que nos concede, partilhar algumas ideias sobre a Importância da mesma em nossas vidas, e de modo particular no Combate da Covid-19.
Pelo que, o Combate da situação de crise sanitária provocada pela pandemia da Covid- 19 que Angola e o resto do mundo estão a viver está a evidenciar a importância que a Estatística tem nas nossas vidas enquanto indivíduos e enquanto membros pertencentes à um grupo ou à uma Instituição, e de forma especial, sua utilidade no sector da saúde.
Em outros termos, a Covid-19, está a exigir que tenhamos “mais do que nunca, uma atenção especial à produção eficiente e análise objectiva dos factos de forma quantitativa”. Basta lembrarmos as actualizações contínuas dos dados quantitativos sobre a Covid-19 que as autoridades sanitárias vão divulgando, fruto da produção Estatística que vai se realizando.
Por outra, estas produções e actualizações constantes demonstram uma grande necessidade de melhorarmos continuamente os nossos processos de produção e de análise de dados quantitativos relativos aos números de infectados, mortos, recuperados – e daqueles que ainda esperam serem testados–, as doenças mais frequentes e sobretudo àquelas associadas à Covid-19 e não só, a fim de melhorarmos os nossos “planos de curto e médio termo de combate à Covid-19” e de uma forma geral aperfeiçoarmos o nosso sector da saúde.
Por outro lado, importa igualmente referir-se que a divulgação dos respectivos dados quantitativos carrega consigo um grande valor simbólico por que tem um certo peso na influência de conscientização das pessoas em relação à “existência da pandemia da Covid-19”.
Pois, muitos de nós ainda têm a crença por diversas razões de que “a pandemia não existe apesar de dizimar muitas vidas igualmente entre nós”. Por isso, precisamos continuar a divulgar esses mesmos dados a fim de ainda boa parte de nós, mudar de mentalidade em relação à existência da pandemia da Covid-19.
Outrossim, em nossa perspectiva, um dos grandes desafios – neste processo de produção de modo eficiente dos nossos dados quantitativos sobre à Covid-19 –, consiste em cada vez mais descentralizarmos os laboratórios para processamento de testes de Covid-19 em relação às diferentes províncias de Angola. E isto, implicaria concomitantemente obter recursos financeiros para investimentos não só relativos à criação de laboratórios, mas igualmente, à criação de hospitais de campanha e à criação de condições para aumentar-se a capacidade de testagem a nível dos diferentes municípios do país.
Porquanto, o aumento da capacidade de testagem a nível dos municípios do país, e a criação de laboratórios de processamento de testes a nível de cada capital provincial, pode implicar melhoramento da capacidade de produção de dados Estatísticos de modo eficaz e eficiente.
Porém, o impacto que o país está a ter da Covid-19, leva-nos a acreditar que há uma grande necessidade de investirmos na formação de quadros da saúde com profissionalização não só à Epidemiologia e à Saúde Pública, mas também à Estatística. É coerente que nesta altura tenhamos já Projecções de Capacitação ou Formação de Estatísticos virados à área da saúde tendo em conta o facto de que a pandemia da Covid- 19 – segundo especialistas – perdurará connosco ainda por muito tempo.
Ainda quanto a necessidade de formação de Estatísticos virados à área da saúde, importa referirmos que um dos grandes exemplos demonstrativos da realidade desta nossa abordagem, é o facto de que na primeira comitiva de especialistas cubanos chegados à Angola, no passado mês de Abril do corrente ano, havia igualmente Estatísticos. Quer dizer que o país teve que importar igualmente Estatísticos ligados à área da saúde.
Entretanto, as nações consideradas como sendo muito mais desenvolvidas em relação à Angola, isto é, possuidoras de condições favoráveis a nível do sector da saúde, têm sempre os dados Estatísticos como “instrumentos-guias” de suas políticas públicas, investindo na formação, apesar do grande impacto negativo que igualmente estão a sentir da Covid-19.
No entanto, hoje vivemos uma situação que podemos considerar como sendo de “guerra de Estatísticas sobre a Covid-19”. À este respeito, basta fazermos um breve recuo no tempo para percebermos esta “guerra”. Lembremos que foi nota informativa em quase toda a imprensa internacional, – no passado mês de Abril do corrente ano – os dizeres do presidente da nação mais poderosa do mundo – ao menos até ao presente momento – de que “se tinha dúvidas dos dados Oficiais sobre a Covid-19 na República da China, numa altura em que este país estava a divulgar dados da Covid-19 com reduções significativas – em relação à tempos anteriores – sobre o número de infectados, mortos e recuperados”.
Esta guerra de informações Estatísticas como acima referimos, faz-nos igualmente entender que elas, isto é, as Estatísticas, são de grande utilidade para os diferentes países, a fim de perceber o outro em virtude de seus diversos interesses de inteligência económica e não só, e mesmo para as diferentes agências das Nações Unidas a fim de ter-se a percepção real do impacto da Covid-19, por exemplo nos países membros, para possíveis ajudas.
Conquanto, “sem Estatísticas”, a percepção real do impacto da Covid-19 nos diferentes países ou contextos, torna-se longe da realidade.
Por exemplo, com a “ausência de Estatísticas”, as tomadas de decisões sobre a devida execução dos planos de aumento de capacidade de testagem, de incremento de laboratórios de processamento de amostras de testes da Covid-19, e mesmo na selecção de zonas prioritárias para se Combater com muito mais intensidade a Covid-19 – como nas circunstâncias de escassez de material de biossegurança ou nos casos de possuir-se poucos recursos, como no contexto de crise económica que vivemos – há muito mais probabilidades de cometer-se “pecados capitais”.
Portanto, vale apenas lembrar que segundo a CARTA AFRICANA DE ESTATÍSTICA, da qual Angola ainda não ratificou, “o processo de integração do Continente iniciado, há alguns anos, pelos Estados membros, – recomenda, para o acompanhamento da sua implementação tendo em vista alcançar os seus objectivos e avaliar os resultados conseguidos, – a utilização de dados Estatísticos harmonizados e fiáveis em todos os domínios de actividades da vida política, socioeconómica e cultural”. “Esta data foi instituída pela Comissão Económica das Nações Unidas para África, com o intuito de reconhecer o contributo que a Estatística tem proporcionado ao longo do tempo para o conhecimento e desenvolvimento da Sociedade”.
Paz e Bem
Ovídio Fernando