Diplomacia: Rússia avisa Ocidente que ignorar suas “preocupações legítimas” terá “as mais graves consequências”

Rússia diz que situação pode ser evitada e que espera “receber uma resposta escrita por parte dos Estados Unidos” sobre o reforço militar dos EUA e NATO no leste europeu.

A Rússia advertiu esta sexta-feira os ocidentais com “as mais graves consequências” caso ignorem as suas “preocupações legítimas” sobre o reforço militar dos EUA e NATO no leste europeu, enquanto os países bálticos anunciavam o envio de mísseis para a Ucrânia.

“Essa situação pode ser evitada caso Washington reaja positivamente aos nossos projetos de acordos sobre as garantias de segurança, sobre as quais esperamos receber uma resposta escrita por parte dos Estados Unidos, artigo por artigo, na próxima semana”, indicou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros russos.

Segundo o ministério, esta posição foi transmitida ao chefe da diplomacia norte-americana Antony Blinken, que esta sexta-feira se encontrou em Genebra com o seu homólogo russo Serguei Lavrov.

Antony Blinken foi claramente informado que ignorar a partir de agora as legítimas preocupações da Rússia principalmente relacionadas com o incremento militar em curso por parte dos Estados Unidos e seus aliados da NATO em território da Ucrânia, no contexto de um deslocamento em grande escala de forças e de meios da Aliança perto das nossas fronteiras, terá as mais graves consequências, indicou Moscovo.

No decurso deste encontro, a Rússia também insistiu no “estabelecimento de um diálogo direto” entre Kiev e os separatistas pró-russos do leste da Ucrânia, onde um conflito iniciado em 2014 já provocou mais de 13.000 mortos.

Segundo Moscovo, Blinken e Lavrov admitiram que as relações russo-norte-americanas “se encontram num estado insatisfatório” e decidiram prosseguir a “normalização do funcionamento” das respetivas missões diplomáticas, afetadas por uma série de expulsões cruzadas e problemas de vistos.

“A Rússia é favorável ao reinício de uma presença diplomática efetiva numa base recíproca”, apesar de exigir “a rápida restituição dos bens diplomáticos russos confiscados pelas autoridade norte-americanas”.

Em paralelo, a Estónia, a Letónia e a Lituânia, ex-repúblicas soviéticas e atuais membros da União Europeia e da NATO, anunciaram esta sexta-feira que vão enviar mísseis antitanque e antiaéreos para a Ucrânia de modo a que este país possa defender-se “em caso de agressão russa”.

Os três Estados bálticos declararam em comunicado conjunto que vão enviar mísseis norte-americanos Javelin e Stinger após receberem autorização de Washington no início da semana.

A Estónia fornecerá os mísseis antitanque Javelin, enquanto Letónia e Lituânia vão disponibilizar os mísseis antiaéreos.

“Esperamos sinceramente que a Ucrânia não tenha de utilizar estas armas”, declarou o ministro da Defesa lituano, Arvydas Anusauskas.

“Os Estados do báltico exortam a Rússia a terminar o seu comportamento agressivo e irresponsável”, acrescentou, indicando que este armamento será enviado “num futuro próximo”.

Já o ministro da Defesa estónio, Kalle Laanet, considerou ser “importante apoiar a Ucrânia de todas as formas possíveis”.

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