Dubai: Isabel dos Santos sem “planos imediatos” para vender ações na Nos e Galp

A empresária angolana assegura que as participações que detém na Galp e na Nos são para manter. Isabel dos Santos considera que os mercados estão “muito voláteis” neste momento para ponderar alienar essas posições.

Em entrevista à Bloomberg, a filha do antigo presidente angolano José Eduardo dos Santos sublinha que são investimentos feitos numa perspetiva de longo prazo e considera que o atual momento dos mercados não é propício a uma eventual alienação das posições naquelas empresas.

“Esses investimentos foram feitos há quase 10 anos”, afirma. “Os mercados agora estão um pouco voláteis. Para desinvestir esses ativos, terá que ser no momento certo. Não sinto que o mercado esteja maduro agora”, reforça.

Isabel dos Santos detém uma posição de 6% na petrolífera portuguesa através da Exem, empresa ligada ao seu falecido marido Sindika Dokolo, que controla 40% da Esperanza Holding – os restantes 60% pertencem à Sonangol. A Esperanza é a sociedade através da qual a petrolífera estatal angolana entrou no capital da Galp.

A Esperanza detém 45% da Amorim Energia, maior acionista da Galp com 33,34% do capital, cabendo os restantes 55% à família Amorim.

Esta participação da Exem na Galp vale, tendo em conta a cotação atual, cerca de 500 milhões de euros.

Já na Nos, Isabel dos Santos detém uma participação através da Zopt que ascende a 26,075% da operadora. No ano passado, a Sonaecom rompeu a parceria com a empresária angolana e anunciou que a Zopt seria dissolvida, cabendo a Isabel dos Santos 26,075% do capital da Nos através da Unitel International e da Kento.

No entanto, as participações de Isabel dos Santos na Nos encontram-se atualmente arrestadas por decisão do juiz Carlos Alexandre.

Adicionalmente, a empresária angolana é alvo de ações judiciais relativas a estas participações. A Caixa Geral de Depósitos avançou com uma ação de execução no valor de 6,2 milhões de euros contra Isabel dos Santos e a Kento Holdings. Também as autoridades angolanas pediram a um tribunal holandês o confisco da participação da Exem na Esperanza e, consequentemente, na Galp.

 

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