Eleições Gerais 2022: Comissão Nacional Eleitoral (CNE) não recebeu oficialmente qualquer “denúncia de irregularidades”

O Porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana disse hoje que não recebeu quaisquer denúncias oficiais sobre irregularidades durante o processo de votação para as eleições gerais.

No último briefing de hoje sobre as eleições gerais, Lucas Quilundo afirmou que “a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) não recebeu, de forma oficial, qualquer referência a irregularidades relativas” ao processo.

Durante o dia circularam nas redes sociais vídeos sobre detenções de delegados de lista, assembleias de voto em que muitos eleitores não conseguiram votar por terem fechado antes da hora prevista e dificuldades no credenciamento de delegados.

Lucas Quilundo afirmou desconhecer informações divulgadas nas redes sociais sobre prisões de delegados de lista e alegados impedimentos ao exercício das funções de forças políticas da oposição, pelo que se escusou a tomar posição.

“Se isto tiver ocorrido, é provável que tenha sido no âmbito do exercício das funções próprias dos órgãos que têm a responsabilidade da manutenção da ordem”, sugeriu.

Quanto aos eleitores que foram “deslocalizados” para outras assembleias de voto, afirmou que “tem de ser visto caso a caso e em presença de dados concretos”.

“Não temos referência a nível nacional de que tivesse ocorrido alguma situação que viesse a colocar em causa essa caracterização com êxito do processo”, reforçou, frisando não ter em sua posse quaisquer denúncias que tenham vindo de fonte oficial.

O responsável referiu igualmente que não há para já qualquer previsão de divulgação de resultados finais, devendo o processo de contagem prosseguir de forma ininterrupta até que todos votos depositados na respetiva assembleia sejam contados.

“Por isso, não temos essa previsão do fim do processo. Está em curso, as informações que temos é que há condições suficientes e procurou-se dotar todas as mesas e assembleias com ‘kits’ de iluminação para prevenir ausência de luz”, referiu.

Adiantou que a lei prevê a divulgação de resultados parcelares à medida que as atas vão sendo expedidas, sublinhado que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) é a única entidade cujos resultados  “têm validade e são relevantes”.

Questionado sobre o encurtamento do horário de votaçãi, que noutros atos eleitorais se estendeu até às 19:00, ao contrário do que aconteceu nestas eleições em que as urnas fechavam as 16:00 (hora local, a mesma que em Lisboa), justificou que isso se deveu a alterações na legislação.

As quintas eleições gerais em Angola perpetuam a disputa entre os dois principais partidos do país, o MPLA (Governo) e a UNITA (oposição), que tentam conquistar a maioria dos 220 lugares da Assembleia Nacional.

João Lourenço, atual Presidente, tenta um segundo mandato e tem como principal adversário Adalberto Costa Júnior.

No total, concorrem oito formações políticas que tentam conquistar o voto dos 14,4 milhões de eleitores.

O processo eleitoral, que tem cerca de 1.300 observadores nacionais e internacionais, tem sido criticado pela oposição, considerando-o pouco transparente.

 

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