Eleições Gerais 2022: “O Governo (de Angola) está nervoso” — Adalberto Costa Júnior

O líder da UNITA e candidato à Presidência da República de Angola, nas eleições gerais do corrente ano, Adalberto Costa Júnior, afirma estar com o espírito de vitória, para o pleito de 24 de Agosto. Adalberto Costa Júnior defende que havendo democracia em Angola, a UNITA vai ganhar as eleições.

Em entrevista para a Voz da América, em Washington DC, o líder do principal partido da oposição, que também está na direcção da Frente Patriótica Unida, ao lado de Abel Chivukuvuku e Filomeno Vieira Lopes, abordou a inclusão de Chivukuvuku como número 2 na lista de deputados à Assembleia, o registo eleitoral na diáspora, o “bloqueio” da imprensa estatal e o seu plano de governação caso ganhe as eleições.

Nenhum militante está contra Chivukuvuku na lista da UNITA

Adalberto Costa Júnior considera que o governo angolano “está nervoso” com as eleições e nega que militantes da UNITA estejam contra a inclusão de Abel Chivukuvuku como número 2 na lista de deputados.

Costa Júnior acusa o MPLA de fabricar manifestações: “Não se tratam de militantes da UNITA, esta é uma realidade de Angola. São os gabinetes de acção política da Presidência”.

“Tivemos a coragem de submeter uma lista que abriu espaço a outras realidades políticas”, acrescenta.

Má fé no registo da diáspora

Perante o pouco sucesso no registo eleitoral na diáspora, o também engenheiro diz não ter dúvidas que o governo “usou de má fé”, porque para ele “este voto não iria favorecer de maneira nenhuma o MPLA”.

Além disso, Costa Jr. afirma que o processo de registo eleitoral dentro do país também não correu da melhor forma, alegando que os números anunciados pelo governo não batem certo.

Apesar das disparidades de números, Costa Jr. apela aos angolanos a irem às urnas, a serem “donos do seu voto” e diz que os problemas com o registo eleitoral demonstram “que o governo está nervoso”.

Combate à corrupção – UNITA não quer prender toda a gente

Questionado sobre o seu programa eleitoral, Adalberto Costa Jr. diz que brevemente a UNITA tornará público o seu manifesto eleitoral e entre as propostas do mesmo estão a fiscalização do Orçamento Geral do Estado (OGE) e a eleição directa do Presidente da República.

Por outro lado, o líder do Galo Negro diz que é um grande erro pensar-se que “a UNITA, quando ganhar, vai substituir toda a gente”, referindo-se à questão do aparelho de estado que ele reconhece precisar de ser desmantelado.

No que toca ao combate à corrupção, Costa Jr. reitera que o governo de João Lourenço falhou, mas não promete mão pesada para os casos de corrupção: “Eu não sou de opinião de que se deve prender toda a gente”.

Para o candidato à Presidência de Angola, é preciso “ter inteligência suficiente para atrair para Angola o que é de Angola (…) e isso não resulta com perseguição sem uma sustentação jurídico-legal”.

Criticando a qualidade dos serviços públicos de Angola, Adalberto Costa Jr. defende a educação como a principal prioridade do seu OGE e realça que as instituições angolanas precisam de constante formação, não apenas para jovens, mas há também uma “necessidade de investir em quem já lá está”.

Imprensa Estatal – “pouca vergonha sem limites”

A oposição angolana de uma forma geral queixa-se da cobertura editorial da comunicação social estatal e o líder da UNITA responsabiliza os conselhos de administração – “hoje não é só o senhor ministro, os conselhos de administração das TPAs e da Zimbo actuam em absoluta violação da lei (…) é absolutamente escandaloso e inaceitável, o mau trabalho que prestam ao país”.

Numa referência ao seu comício em Cabinda, o candidato da UNITA acusa a comunicação social estatal de manipulação de imagens, “uma pouca vergonha sem limites”.

No que toca aos seus périplos internacionais, Adalberto Costa Jr., que se fez acompanhar por Abel Chivukuvuku nesta viagem a Washington DC, defende ser importante assegurar os parceiros internacionais de que vai haver uma transição de poder pacífica.

“Tivemos a coragem de submeter uma lista que abriu espaço a outras realidades políticas”.

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