Eleições Gerais 2022: UNITA aponta “revisão da Constituição, revolução no ensino e mudanças na imprensa pública” como promessas de campanha

A UNITA, principal partido da oposição em Angola, lança o seu manifesto eleitoral no próximo dia 23, mas o presidente Adalberto Costa Júnior, em encontros durante o fim-de-semana com jornalistas, fazedores de opinião e mulheres apresentou algumas linhas orientadoras da sua proposta de Governo, como a revisão da Constituição, a aposta na Educação e a reforma da imprensa.

“Abraçar a revisão da Constituição e devolver os direitos aos cidadãos, a começar pela eleição directa do Presidente da República, porque hoje não se sente obrigado a ir à Assembleia Nacional e justificar os seus actos, contrair empréstimos sem ir à Assembleia Nacional, aumentando o endividamento do país e sem justificar os gastos que faz o que penaliza o país”, disse Costa Júnior, quem também apontou a posse da terra como um tema constante do manifesto eleitoral.

“A titularidade da terra, sempre defendemos, não deve ser do Estado, como defende o actual poder”, lembrou.

No encontro, o candidato a vice-Presidente pela lista da UNITA, Abel Chivukuvuku, propõe uma revolução no sistema de ensino que vai potenciais dois factores: “Educação e valores, por exemplo, você pode ter um bom engenheiro mas se ele for desonesto, gatuno não vale nada, devemos conciliar os dois factores, educação e valores”.

Aquele político que integra a lista da UNITA ao abrigo da chamada Frente Patritótica Unida, explicou que “nos nossos dois mandatos que aí vêm essa questão de crianças fora do sistema tem que acabar, todas as crianças do país têm que estar na escola das sete horas às 17 horas, com direito a merenda escolar, de tal forma que, quando regressarem à casa elas estão esgotadas e já não ficam na rua exposta”, o que, para Chivukuvuvu resolveria três problemas: “a melhoria da qualidade do ensino pela uniformização, baixaria os níveis de má nutrição já que ela teria os nutrientes na escola e fica resolvido o problema de saúde pública”.

Outro elemento do projecto da UNITA é a necessidade de uma revolução na imprensa pública porque, segundo Filomeno Vieira Lopes, com a actual imprensa o país nunca terá a democracia almejada.

“Se a imprensa não for livre, se não for plural, a democracia em Angola vai ser sempre uma miragem, é por isso que o manifesto eleitoral da UNITA destaca a discussão sobre as leis de imprensa”, defendeu Vieira Lopes.

Num dos encontros com os fazedores de opinião, Adalberto Costa Júnior foi questionado sobre a sua ausência nas cerimónias em homenagem ao falecido Presidente José Eduardo dos Santos, tendo respondido.

“Então, o Estado organiza ums cerimónia de homenagem ao antigo Presidente e tem lá no local propaganda do candidato do partido de regime? Nós achamos isso inadmissível e falta de respeito, então se tratava de uma cerimónia de homenagem ao antigo Chefe de Estado ou propaganda do candidato do MPLA? Está aqui a razão da nossa ausência”, respondeu.

Para o presidente da UNITA, o Estado angolano “está a tratar muito mal” a questão sobre as exéquias do antigo presidente de Angola.

 

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