Eleições Gerais 2022: UNITA suspende atividade em Luanda por suposta “intimidação” da Polícia Nacional (PN)

A UNITA, oposição angolana, anunciou hoje que suspendeu uma atividade política no município de Viana, em Luanda, por se sentir “intimidada por agentes da polícia”, que no local empunhavam armas e abordavam os seus militantes em “tom de arrogância”.

“O que aconteceu não é que eles impediram, mas intimidaram, a polícia nacional estava no local, mas todos os agentes, afetos à guarda fronteira, tinham armas empunhadas, eu nunca vi numa atividade política, mesmo fora de campanha, a polícia estar armada”, disse à Lusa Nelito Ekuikui, secretário provincial da UNITA, em Luanda.

Segundo o político da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição, a atividade política estava agendada para o distrito urbano da Vila Flor, município de Viana, um dos mais populosos da capital angolana.

No local, relatou, a polícia, “que não tem razões de fazer cobertura de uma atividade de campanha com armas na mão, estava a intimidar” os militantes “num tom bastante arrogante”.

“E, por conta disso, adiamos a atividade, porque havia claramente uma intenção da polícia nacional de provocar para depois os militantes da UNITA reagirem mal e depois serem notícia”, realçou.

“A polícia faz cobertura de todas as atividades políticas e é normal, aliás todas as atividades, que temos realizado em Luanda, a polícia faz cobertura, e é o normal, só que a polícia tem mecanismos de proteger uma atividade política”, referiu.

Nelito Ekuikui questionou igualmente as motivações de agentes da polícia de empunharem armas naquela atividade, uma vez que no local “não haviam criminosos e delinquentes”.

“O que é que leva a polícia nacional numa atividade política de campanha com armas na mão? Isto era realmente um ato de intimidação, salvo melhor compreensão”, atirou.

O líder dos “maninhos” em Luanda também se manifestou surpreso pela presença de efetivos dos bombeiros no local: “Nós não convocamos os bombeiros e estes tinham lá uma ambulância pronta, não sei porquê”.

“E se vê que não há razões de pôr lá a polícia de guarda fronteira, porque nem houve até muitas atividades para dizer que a polícia de ordem pública não estava disponível, e os senhores não queriam dialogar com ninguém, estavam arrogantes com as pessoas”, rematou Nelito Ekuikui.

Sobre o assunto, a Lusa contactou o porta-voz da polícia, em Luanda, Nestor Goubel, que prometeu “apurar os factos e reagir”.

Oito forças políticas, concorrentes às eleições gerais marcadas para 24 de agosto, cumprem a segunda semana de campanha eleitoral visando o quinto sufrágio da história política de Angola.

 

 

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