A Empresária angolana Isabel dos Santos está a contestar um pedido de congelamento de até 580 milhões de libras (736 milhões de dólares) dos seus bens, dizendo esta quarta-feira ao Supremo Tribunal de Londres que é vítima de uma “campanha de opressão” por parte de Angola.
Isabel dos Santos, a primeira mulher bilionária de África, cujo pai José Eduardo dos Santos governou Angola durante 38 anos até 2017 – enfrenta acusações de corrupção em Angola há anos.
Ela nega as acusações e diz ser alvo de uma vingança política de longa data, que viu os seus bens serem congelados ou apreendidos em Angola e Portugal.
A operadora angolana de telecomunicações Unitel está a processar Isabel dos Santos por empréstimos feitos à empresa holandesa Unitel International Holdings (UIH) em 2012 e 2013, quando Isabel dos Santos era administrador da Unitel, para financiar a aquisição de acções da UIH em empresas de telecomunicações.
Os empréstimos não foram reembolsados e cerca de 300 milhões de libras estão pendentes, segundo a Unitel, que conseguiu adicionar Santos ao processo em Maio.
Isabel dos Santos diz que a própria Unitel é responsável pela incapacidade da UIH de reembolsar os empréstimos devido ao seu alegado papel na apreensão ilegal dos activos da UIH por Angola.
A UNITEL nega qualquer envolvimento na apreensão de bens e diz que dos Santos está a tentar transformar o caso em “mais uma batalha numa guerra de relações públicas contra o sucessor do seu pai”, João Lourenço.