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“Estamos pior do que antes mas apostamos na mudança e alternância” — Abel Chivukuvuku

Candidato a vice-Presidente pela lista da UNITA, defende o projecto de quatro dimensões, critica o controlo da imprensa pelo Governo e denuncia “os novos monopólios”.

O candidato a vice-Presidente de Angola pela lista da UNITA, Abel Chivukuvuku, afirma haver apenas duas empresas em Angola a quem são entregues obras do Estado, a Omatapalo e a Carrinho, “os novos monopólios”.

Em entrevista à VOA, ele diz que Lourenço iludiu os angolanos ao prometer lutar contra a corrupção, que foi apenas um combate selectivo, e que o país está pior.

E é para fazer frente a esta realidade que ele promove o projecto político Pra-Já – Servir Angola e integra a a Frente Patritórica Unida (FPU).

“Estamos pior que antes”, sublinha Chivukuvuku, quem garante que vai continuar a lutar pela legalização do partido antes ou depois da eleição de 24 de Agosto.

Questionado sobre a contestação de alguns apoiantes da UNITA contra a sua inclusão na lista daquele partido como candidato a vice-Presidente do país, Chivukuvuku, considera ser “normal”.

“Nas organizações há diversidade de opiniões, os partidos têm valores e princípios democráticos, e é normal que dentro da UNITA existam aqueles que não têm o projecto de fazer a mudança e alternância e que querem ficar com alguns deputados, a mim isso não me interessa”, afirma, lembrando que ele renunciou ao mandato de deputado em 2012 e 2017.

Ele sublinha que “o propósito só tem validade e valor se tivermos convicção e trabalharmos para que tenhamos alternância em Angola, não é a alternância pelo poder, alternância porque queremos vaidade, não… mas uma alternância pacífica, ordeira, positiva”.

Abel Chivukuvuku aponta que, da mesma maneira que na UNITA há pessoas que não concordam com este projecto, “também no Pra-Já existem, também no Bloco (Democrático) existem pessoas que não concordam”.

O antigo militante da UNITA justifica o que se denominou chamar de Frente Patriótica Unida como uma realidade de quatro dimensões com identididade própria, UNITA, Pra-Ja, Bloco Democrático e a sociedade civil.

Prá-Já vai avançar como partido político

Para contornar as “manigâncias do Tribunal Constitucional (TC) e não sermos vítimas dele”, Chivukuvuku explica que a opção foi “participarmos numa só lista, com a dimensão legal da UNITA, mas somos realidades diferentes com identidade própria”.

Quanto ao seu projecto polítíco, ele garante que “o Pra-Ja – Servir Angola é uma realidade nacional, em todo o território nacional, apenas o Governo e o MPLA é que impediram de ter realidade jurídica e legal… encontramos uma equipa da UNITA que reconhece isto e vamos trabalhar”, e assegura que o processo de legalização continua e que antes ou depois das eleições o Tribunal Constitucional terá de o reconhecer como partido político.

Na entrevista, Abel Chivukuvuku abordou vários temas da realidade angolana.

Perseguição selectiva e novos monopólios

“Em termos de princípios e valores democráticos estamos a recuar, a comunicação social está completamente partidarizada, mais ninguém passa a não ser o partido no poder, e quanto às outras dimensões da liberdade, estão cuartadas, é uma pena, voltamos atrás”.

A ideia de que haveria uma luta contra a corrupção ou luta contra os roubos desenfreados “não resultou”, na óptica do fundador da CASA-CE.

“Quase que houve perseguição selectiva de algumas famílias, perdão aos outros e uma espécie de substituição, tiraram alguns meteram os novos monopólios, que fazem a mesma coisa, que têm as mesmas práticas, se não piores”, acusa aquele político que diz não ser “aceitável que grandes volumes de recursos serem adjudicados directamente e sempre aos mesmos”.

Abel Chivukuvuku reitera que “neste momento só há duas empresas que ganham tudo, ou é a Omatapalo, ou é a Carrinho, porque são os novos monopólios que se criaram e que se beneficiam do ajuste directo, o que, em certa medida, veio a descredibilizar tudo o que se foi dizendo de que haveria luta contra a corrupção”.

Na entrevista à VOA, o candidato a vice-Presidente aborda vários outros aspectos a necessidade de haver observadores internacionais credíveis, daí a delegação chefiada por Adalberto Costa Júnior que se encontra nos Estados Unidos ter-se avistado com o Instituto Republicano Internacional, a Fundação Nacional para a Democracia e o Carter Center, e as principais apostas de um Governo liderado pela UNITA.

 

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