Sem desenvolvimento humano não pode haver desenvolvimento económico de África, disse o académico angolano José Barros, no Kwanza Sul, por ocasião do Dia de África que se assinala nesta terça-feira, 25. Académicos reflectem sobre Dia de África no Kwanza Sul
O também professor universitário Lázaro Jaime enfatiza que o continente tem de impor os seus interesses na agenda mundial.
O dia marca o nascimento da Organização de Unidade Africana (OUA) em 1963 que, em 2020, foi transformada em União Africana em 2002.
José Barros disse que desde então há a assinalar avanços como a luta pela independência dos diversos territórios, ao ponto que “hoje não temos nenhuma colónia em África”.
O professor universitário fez notar, no entanto, os problemas que presistem em África, nomeadamente no sector económico, tendo colocado ênfase no facto de os países africanos são sempre convidados pelos países desenvolvidos a participarem em cimeiras sobre África.
Isto acontece, disse, ”porque nós sempre somos dependentes deles”.
“África precisa olhar para o seu povo porque não há nenhum país do mundo que tenha um desenvolvimento económico sem ter o desenvolvimento humano”, assegurou aquele académico, lamentando que “estamos sempre a pensar no PIB, mas nós não pensamos no per capita, para saber de quanto o cidadão precisa para viver”,
Outro académico, Lázaro Jaime, defendeu uma maior cooperação com base nos interesses africanos e não nos interesses das potências mundiais
“África terá de depender de si própria para impor aos países ocidentais e a China, por exemplo, para virem a cooperar com os africanos a partir dos interesses africanos”, disse Jaime que apontou a necessidade de um investimento sério na ciência em África.
“Existem muitos cientistas a produzirem conhecimentos em África, mas como não há investimento dos Estados africanos em relação à ciência, nós produzimos conhecimento com investimento de outros Estados fora de África”, acrescentou aquele professor universitário que acredita “numa África integrada e desenvolvida economicamente”.
Lázaro Jaime afirmou esperar “ver todos países africanos livres das quezílias internas”.