EUA: Angola prevê “estagnação económica” após resultados negativos no setor não petrolífero

O Governo angolano previa um crescimento ligeiro de 0,6% da economia, mas espera agora que se mantenha estagnada até ao final do ano, face aos resultados negativos do setor não petrolífero, disse hoje o ministro da pasta.

Sérgio Santos, em declarações à imprensa no final da reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, disse que influenciou também a revisão os efeitos da segunda época agrícola do ano passado.

“Fizemos uma revisão da programação macroeconómica executiva e alinhamos a meta de crescimento económico ao OGE [orçamento Geral do Estado]. Estamos na expetativa de sair da recessão económica deste ano e passarmos para um período de estagnação”, referiu Sérgio Santos.

O governante angolano disse que políticas ativas estão a ser adotadas, principalmente no setor petrolífero, que tem um peso muito grande no volume da produção nacional.

“Estamos a trabalhar com o setor privado para aumentarmos a produção e por isso mesmo a nossa expetativa, se atingirmos a estagnação será muito positivo”, referiu Sérgio Santos, em declarações emitidas pela rádio pública angolana.

O ministro da Economia e Planeamento de Angola frisou que a inflação, cuja taxa atingiu no primeiro trimestre 24,2%, continua a gerar o crescimento geral de preços, sendo o crescimento económico “o caminho definitivo para aumentar o volume de bens e serviços disponíveis no mercado”.

“E é isso que se pretende saber com as medidas que estamos a adotar no sentido de aumentar o crédito para a economia e muito brevemente teremos a reserva de segurança alimentar a atuar no mercado para a estabilização dos preços”, salientou.

O governante garantiu que há, em relação ao poder de compra e o controlo da inflação, programas e metas concretas, “para reverter num curto prazo a tendência de inflação que existe”.

“Queremos crer que o setor não petrolífero vai continuar a crescer com grande dinamismo, portanto, [para] o setor petrolífero, que sofre os efeitos da pandemia, o que está previsto nos próximos trimestres é que a produção recupere e chegue a 1,2 milhões barris/dia. Até março estava em 1,132 milhões barris/dia”, adiantou.

“Se recuperarmos, com o facto de o preço do petróleo também estar a aumentar, agora encontra-se em 69 [dólares por barril], nós poderemos perfeitamente chegar a estagnação ou até mesmo ao crescimento”, prognosticou.

Sérgio Santos realçou que economistas estimam um crescimento de 1%.

“Se calhar estão a apontar no sucesso de todas essas medidas”, disse, mas o Governo prefere ser moderado.

“E achamos que, no mínimo, vamos ter estagnação, a menos que aconteça mais um efeito extraordinário e nos coloque outra vez no estado de recessão”, acrescentou.

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