A consultora Fitch Solutions prevê que a moeda de Angola ganhe 15,1% este ano, para 514,39 kwanzas por dólar, depois do forte ano de 2021, e melhorando face às outras principais moedas africanas.
“Antevemos que o kwanza vá apreciar-se 15,1%, em média, para 514,39 kwanzas por dólar em 2022, depois de um forte desempenho em 2021”, lê-se numa análise à evolução das principais moedas africanas no ano passado e neste ano.
No relatório, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, estes analistas da consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings escrevem que “apesar de a produção de petróleo ter continuado a cair durante 2021, os melhoramentos em termos de comércio, num contexto de subida dos preços do petróleo, resultaram numa apreciação da moeda, particularmente no último trimestre do ano passado”.
A análise da Fitch Solutions surge dias depois de o Instituto Nacional de Estatística de Angola ter divulgado um crescimento de 0,8% do PIB no terceiro trimestre face ao período homólogo e de 0,3% face ao segundo trimestre de 2021, e depois de a agência de notação financeira Fitch Ratings ter melhorado o ‘rating’ de Angola em dois níveis, de CCC para B-, mas ainda cinco abaixo do nível de recomendação de investimento.
“Também antevemos que a produção interna de petróleo cresça 4,4% este ano, depois de cinco anos de declínio, aumentando ainda mais a procura por kwanzas”, lê-se no relatório, que alerta, ainda assim, que “a elevada inflação e o desemprego vão continuar a prejudicar a economia não petrolífera”.
Sobre o conjunto da região da África subsaariana, os analistas estimam uma “moderada tendência de depreciação em 2022”, apontando que o fortalecimento do dólar, particularmente no segundo semestre, “vai colocar uma pressão descendente em todas a moedas da região a curto prazo”.
Ainda assim, “com os preços elevados do petróleo e a melhoria na produção a beneficiar os principais produtores da região, Nigéria e Angola”, a Fitch Solutions antecipa uma “ligeira desvalorização da naira, na Nigéria, já que a procura de importações continua a ser maior do que o ritmo das exportações”.