EUA: “Parem o roubo!” Sem máscara, milhares deram eco às acusações de Trump e marcharam em Washington DC

“Mais quatro anos!”, “Parem o roubo” ou “Contem os votos legais”. As mensagens foram escritas por apoiantes de Donald Trump em cartazes erguidos este sábado, numa manifestação em Washington DC, perto da Casa Branca, contra os resultados das eleições de há duas semanas. Por não acreditarem que Trump perdeu as eleições, milhares deram eco às acusações que têm sido feitas pelo republicano nos últimos dias ao criticarem o que dizem ser “fraude eleitoral”.

Antes de seguir para o seu campo de golfe na Virgínia, pelas 10h00 locais (15h00 em Portugal continental),  Trump desceu a Pennsylvania Avenue, de carro e sorridente, e acenou aos apoiantes, que gritavam “EUA, EUA!”. A maioria, escreve o The Washington Post, não usava máscara, num dia em que os EUA somam mais de 11,2 milhões de casos de infeção e mais de 250 mil mortes com o novo coronavírus.

A manifestação foi elogiada no Twitter pela porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, que aplaudiu o “mais de um MILHÃO de apoiantes de Donald Trump”. O The Washington Post e o The New York Times escrevem, porém, que terá exagerado nos números.

À AFP, Margarita Urtubey, de 49 anos, disse acreditar que “Trump ganhou” as eleições presidenciais. Já Darion Schaublin, jovem de 26 anos, adiantou que marcou presença para denunciar o “sistema completamente fraudulento” e a “manipulação dos media”.

Os apoiantes de Joe Biden ainda se juntaram numa contramanifestação, mais pequena, com cartazes onde se lia “Recusem o fascismo”. Mas os manifestantes favoráveis a Trump responderam-lhes — um deles chegou a tirar o cartaz a uma das apoiantes de Biden, arremessando-o contra ela.

Entre os apoiantes de Trump estiveram ainda membros de grupos de extrema-direita, como os Proud Boys, que, perante um grupo pró-Biden que gritava “As vidas negras importam”, retorquiram: “Todas as vidas importam”. Em setembro, Trump tinha recusado criticar o grupo Proud Boys, tendo afirmado, no primeiro debate presidencial, que a organização extremista devia “esperar” pelas eleições e manter-se “preparada”.

Na sexta-feira, foram apurados os resultados na Georgia (que escolheu Biden) e na Carolina do Norte (que preferiu Trump), o que dá ao democrata 306 votos no Colégio Eleitoral, e ao republicano 232. O ainda presidente tem recusado reconhecer a vitória de Joe Biden e permitir que as pastas transitem para a equipa do democrata.

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