O banqueiro Coutinho Nobre Miguel e membro do partido no poder em Angola, MPLA, é apontado como sendo a figura que tenha adquirido as acções do actual Presidente da República no Banco Sol.
Coutinho Nobre Miguel, apelidado como o “banqueiro do MPLA”, conseguiu aumentar significativamente a sua participação no banco em 2019, de 3,91% em 2018 para 12,24% no ano seguinte.
Grande parte desse aumento veio da aquisição da participação de 5,42% que antes pertencia a João Lourenço.
Em junho do ano passado, informações até aqui não desmentidas, apontavam Coutinho Nobre, como uma das figuras por detrás da suspeita robustez financeira da Bamarros S.A., uma empresa que, tentou adquirir o falido Banco Kwanza Invest.
A Assembleia-Geral do Banco Sol destituiu Coutinho Nobre do cargo de presidente do seu Conselho de Administração, que exercia desde 2012, por alegada má gestão. O MPLA, a cujo Comité Central Coutinho Nobre pertence, é o accionista principal do banco, através da GEFI S.A.
Recorde-se que o MPLA, detém o controlo partidário de parte do sistema financeiro. De acordo com o Maka Angola, dos mais 20 bancos que operam no sistema financeiro angolano, membros do Comité Central são accionistas em 11. Do total, três são detidos exclusivamente por capitais públicos (Banco de Poupança e Crédito – BPC, Banco de Desenvolvimento de Angola – BDA e Banco de Comércio e Indústria – BCI) e há a representação do Banco da China, o banco central deste país.
Excluindo estes quatro bancos, a maioria dos bancos comerciais tem membros do Comité Central do MPLA na sua estrutura accionista, e estes detêm capital maioritário, directa ou indirectamente, em três bancos: Banco Yetu, Banco Sol e Banco de Crédito do Sul (BCS).
Essa promiscuidade, de partidarização das instituições bancárias, atingiu o seu ponto mais alto durante o mandato de Valter Filipe como governador do BNA (2015-2017), quando também vestia a camisola do MPLA, na qualidade de membro do seu Comité Central.