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Financiamento do Banco Mundial (BM) será caminho para “eleições autárquicas” em Angola?

Debate sobre as autarquias voltou, depois de a ministra angolana das Finanças ter dito que se caminha para a criação do poder local, após acordo com Banco Mundial (BM) para projetar autonomia financeira nos municípios.

A recente entrevista dada pela ministra angolana das Finanças à televisão pública portuguesa continua a gerar debate. No passado domingo (07.05), Vera Daves disse que um acordo celebrado com o Banco Mundial (BM) vai projetar a autonomia financeira nos municípios e será um caminho para as autarquias em Angola.

“É o caminho que estamos a percorrer para tornar o processo da criação das autarquias o mais rápido possível”, declarou a minista à RTP África.

“Este projeto visa nestes municípios-alvo reforçar a capacidade das administrações municipais para fazer planeamento territorial, para fazer planeamento urbano, para gerir as suas proprias finanças e é o nosso primeiro ensaio de um progama que desambolsa a favor dos municípios em função das metas que forem alcançadas”, explicou Vera Daves.

Lei das autarquias por aprovar

O jurista Agostinho Canando lembra que até agora a Lei de Institucionalização das Autarquias Locais não foi aprovada pelo Parlamento angolano por falta de vontade política do partido no poder, o MPLA.

“Possivelmente há um sério e justo receio de implementar de forma prática a institucionalização das autarquias locais por via da última lei que visa institucionalizá-las, porque possivelmente já percebeu que em termos políticos irá perder um certo prestígio ou uma certa endurance no mosaico político angolano”, explica.

Enquanto não se aprova esta lei para a conclusão de Pacote Legislativo Autárquico, em Angola questiona-se quando serão finalmente efetivadas estas eleições.

O ativista angolano Fernando Sakwayela , do Movimento Jovens pelas Autarquias (MJA), organização que se bate pela institucionalização das autarquias locais em Angola e que tem levado a cabo ações de protesto para apelar a realização das eleições, entende que é necessário pressionar o governo.

“É fundamentalíssimo o despertar de consciência para criarmos junto das comunidades e dos cidadãos uma vontade sui generis de lutarem, instarem, pressionarem da parte de quem decide, da parte de quem governa a efetivação do poder local para o presente ano de 2023″, sublinha.

 

 

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