A Agência de notação financeira Fitch Ratings estima que o rácio da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de Angola desça de 63,9%, no final deste ano, para 58,6% em 2026.
“Antevemos que a dívida pública caia de 63,9% este ano para 58,6% em 2026, o que compara com os 73,7% registados no final de 2023, impulsionada pelo crescimento elevado do PIB nominal e por excedentes primários que vão compensar o impacto da depreciação da taxa de câmbio na maior parte da dívida (70%), em moeda externa”, lê-se na análise à economia angolana.
De acordo com as últimas projeções da Fitch Ratings, divulgadas a propósito da manutenção do rating em B-, “as projeções mais favoráveis face às previsões de junho refletem a nova base do PIB nominal do PIB de Angola, atualizada em maio pelo instituto de estatísticas, que se traduzem num aumento de 13,1% face ao PIB de 2023”.
Na nota que mantém a perspetiva de evolução da economia (‘outlook’) em estável e o ‘rating’ em B-, a Fitch salienta que a avaliação sobre a credibilidade do crédito soberano “reflete os fracos indicadores de governação, a elevada inflação, os altos níveis de dívida pública em moeda externa e um dos mais elevados níveis de dependência de matérias-primas” entre os países analisados pela agência de notação financeira.
Por outro lado, esta avaliação negativa é compensada “pelas elevadas reservas internacionais face aos pares, excedentes da balança corrente e riscos de pagamento da dívida geríveis devido a um ambiente internacional de preços do petróleo positivos”.
Angola vai ter de pagar 6,2 mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros) em 2025, representando 5,2% do PIB, e 5,4 mil milhões de dólares (5,1 mil milhões de euros) no ano seguinte, representando 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o que compara com os 5,4 mil milhões de dólares que o país vai pagar este ano, diz a Fitch.
Estes pagamentos, refere, serão feitos através de uma combinação “de receitas petrolíferas, desembolsos de instituições bilaterais e multilaterais, linhas de financiamento de bancos comerciais e liquidez em contas ligadas a empréstimos chineses”.