A necessidade foi hoje exposta pela secretária de Estado para as Pescas angolana, Esperança Costa, que participou no Fórum de Negócios Angola-China no domínio da Agricultura e Pescas, promovido pelo Ministério das Relações Exteriores de Angola, realizado por vídeoconferência.

A governante angolana frisou que Angola privilegia, na cooperação com a China, a construção e manutenção naval, salientando que a frota nacional representa cerca de 55% do total e que “gostaria imenso” de ver aumentar.

Esperança Costa disse ainda que o Governo de Angola elegeu como áreas fundamentais de cooperação no setor das pescas para a cooperação com a China, a aquicultura comercial continental e marinha, informando que o país possui “condições excelentes para esta prática”.

“Estamos disponíveis para que Angola e a China, a nível de projetos entre os nossos empresariados, possam desenvolver esta área da aquicultura, onde elegemos como grandes limitantes a questão da ração. Daí a necessidade de serem desenvolvidos projetos que identifiquem também a implantação de fábricas de ração, para que sejam diminuídos os custos de produção no que diz respeito à produção de recursos aquícolas”, disse.

No que diz respeito à maricultura (produção de organismos marinhos para alimento e outros produtos em mar aberto), considerando igualmente a alta tecnologia e os investimentos envolvidos, o Governo angolano considera que deve ser desenvolvida sobretudo pelo setor privado, realçou a secretária de Estado para as Pescas.

De acordo com Esperança Costa, o principal objetivo é a aplicação de tecnologias modernas, na criação de larvas para repovoamento ambiental, bem como o melhoramento de espécies potenciais para a maricultura, para a produção de larvas de peixes, para a produção de larvas de moluscos, de crustáceos, com vista fundamentalmente ao consumo interno, mas também privilegiando a exportação.

As províncias com potencial para a maricultura são o Namibe, Benguela, Bengo, Zaire, Cuanza Sul e Luanda, indicou a governante angolana, lembrando que o país possui 1.650 quilómetros de costa e prioriza a exploração de recursos aquáticos vivos.

O desenvolvimento da investigação científica foi “outra grande necessidade que o país tem” apontada por Esperança Costa, que enumerou ainda as dificuldades nas questões do processamento de pescado, armazenamento em frio e desenvolvimento de laboratórios necessários e adequados.