Garimpo de diamantes “põe em risco” continuidade de empresas mineiras na Lunda Norte

O Presidente do conselho de administração da Endiama, diamantífera estatal angolana, manifestou hoje preocupação com as ações de garimpo de diamantes, em zonas de concessão, na província da Lunda Norte, a maioria com suposta cumplicidade de algumas autoridades.

José Ganga Júnior fez a denúncia durante a sessão de balanço semestral da produção de diamantes, que decorre, desde hoje, no Dundo, capital da Lunda Norte, durante três dias.

Segundo o responsável, citado pela Angop, agência noticiosa angolana, a situação verifica-se nas minas de Chitotolo, Lunhinga, Lulo e Luminas, “que todos os dias sofrem invasões de grupos devidamente organizados e em reservas extremamente importantes para a sustentabilidade das minas”.

Segundo José Ganga Júnior, se a situação continuar, “as empresas serão obrigadas a fechar as portas temporariamente, o que será negativo para o setor, porque as áreas que estão a ser invadidas representam parte significativa da sua produção”.

De acordo com o presidente da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), grande parte das invasões têm consentimento de algumas autoridades, tendo solicitado o apoio do governo local e dos órgãos de defesa e segurança para o seu combate imediato.

“Tivemos um caso na Luminas, mas com a intervenção dos órgãos de defesa e segurança, no âmbito da operação Transparência resolvemos o problema, mas o reinício das atividades está complicado, porque fomos obrigados a fazer novas prospeções para descoberta de reservas e até ao momento não temos bons resultados”, frisou.

Face à situação, prosseguiu o responsável, a empresa pode ser obrigada a dispensar alguns trabalhadores, reduzindo os custos e focando-se apenas na prospeção para a descoberta de reservas, “porque as existentes foram delapidadas”.

Sobre a mina do Lulo, José Ganga Júnior denunciou que existem grupos de garimpo disfarçados em cooperativas agrícolas, que de forma clandestina têm invadido as zonas de concessão.

“A Lulo tem mais três anos de exploração e se esta situação continuar, seremos obrigados a fechar as portas, porque as suas reservas estão a ser delapidadas”, alertou.

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