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“Governo são-tomense quer estancar dívida de cerca de 300 milhões de euros com Angola” — Manuel Nunes Júnior

O Governo são-tomense quer estancar a dívida de cerca de 300 milhões de euros com Angola, no âmbito de um novo acordo de cooperação económica assinado com representantes do Governo angolano, na capital são-tomense, foi hoje anunciado.

“No acordo ora rubricado, prevemos a partir dessa etapa desenvolver uma nova estratégia no domínio económico para que haja maior produtividade para ambas as partes, para que, ao fim ao cabo, possamos estancar o crescente da dívida e poder implementar negócios noutros domínios”, disse o ministro das Finanças são-tomense, Genésio da Mata, no final de três dias de trabalho com uma delegação ministerial angolana que esteve em São Tomé.

Genésio da Mata sublinhou que Angola é um dos “principais parceiros e credor” de São Tomé e Príncipe, e durante estes dias de trabalho as partes procuraram recentrar “uma nova estratégia de cooperação no domínio económico”.

Segundo o ministro das Finanças são-tomense, durante os trabalhos, as partes fizeram o reconhecimento da dívida bilateral entre os dois Estados, bem como da dívida de combustíveis que a Empresa de Água e Eletricidade são-tomense (Emae) tem para com a Empresa Nacional de Combustível e Óleo (Enco), de que o Estado Angolano é o maior acionista, através da Sonangol.

“A dívida bilateral com Angola está avaliada nesse momento em cerca de 68 milhões de dólares [63,5 milhões de euros] a dívida comercial [da Emae] está a rondar cerca de 252 milhões de dólares [235,6 milhões de euros]”, detalhou Genésio da Mata.

O ministro são-tomense das Finaças referiu o desejo de travar o crescimento da dívida relativamente a Angola, tendo sublinhado a necessidade de “adotar medidas para que a onda de endividamento seja estancada” a todos os níveis.

“Nós temos o limite da capacidade de endividamento que deve ser respeitada e devemos adotar estratégia no sentido de trabalhar para que haja criação de riqueza que possa fazer face às dívidas atuais existentes”, referiu o governante são-tomense.

A delegação angolana foi chefiada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, e fizeram parte ainda os ministros dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, das Relações Exteriores, Téte António, da Cultura e Turismo, Filipe Silvino de Pina Zau, bem como os secretários de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas, Custódio Vieira Lopes, e para Aviação Civil, Marítima e Portuário, Emílio Londa.

Também fizeram parte da delegação o vice-governador do Banco Nacional de Angola, o presidente da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações, o presidente da Sonangol, o presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Ativos e Participação dos Estado e o presidente da Agência Nacional de Petróleo e Gás.

Após a assinatura do acordo, nenhum representante de Angola prestou declarações aos jornalistas.

Após o encontro com o Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, o ministro das Relações Exteriores angolano, Téte António, sublinhou as boas relações entre os dois países.

“O que nós queremos é realmente transformar essas relações excelente do ponto de vista político em relações economicamente sólidas do ponto de vista empresarial também. Há um conjunto de oportunidade de negócios que certamente interessarão os dois países, vamos continuar a aprofundar essas oportunidades de investimentos e de negócios”, disse o chefe da diplomacia angolana.

“Tudo isso vai contribuir para que a economia são-tomense cresça mais, também para que Angola possa beneficiar deste crescimento de São Tomé que certamente se espera. Diria que viemos aqui tratar de uma cooperação estratégica para que ambas as partes ganhem”, sublinhou Téte António.

 

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