O Grupo Parlamentar da UNITA, maior partido da oposição angolana, pediu às autoridades que investiguem as ameaças de morte que foi alvo o secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES), horas depois de Eduardo Peres Alberto ter revelado à FMFWorld.Org que a tua casa tinha sido vandalizada e que os criminosos deixaram ameaças de morte.
A maior bancada da oposição “insta os ministérios do Interior, do Ensino Superior e outros órgãos afins, no sentido de investigar e esclarecer este e outros casos de ameaças a grevistas e que os presumíveis autores sejam responsabilizados, pois, a greve é um direito constitucionalmente consagrado”, lê-se no comunicado enviado à imprensa nesta terça-feira, 11, na qual aquela bancada acrescenta acompanhar “com enorme preocupação as denúncias do assalto e vandalização da residência do secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior, Peres Alberto, com ameaças de morte, ocorridos no dia 10 de Abril, em Luanda”.
Os parlamentares apontam que as greves na educação e no ensino superior “são fruto das más políticas do Executivo da sua incapacidade e intransigência nas negociações com a classe, com consequências drásticas patentes no aproveitamento final dos estudantes”.
Ante a greve por tempo indeterminado iniciada a 27 de Fevereiro, aquele grupo parlamentar “apela ao bom senso das partes e, sobretudo, ao Executivo para que cumpra com os acordos firmados para a salvaguarda dos interesses dos professores, dos estudantes e da sociedade ameaçada com a incerteza do fim do ano lectivo”.
Depois de pedir investimentos e medidas do Governo para melhorar o ensino e a educação em Angola, particularmente as condições salariais e de trabalho dos professores, a UNITA anuncia que “vai solicitar audições parlamentares aos ministros do Interior e do Ensino Superior e reitera a sua determinação de tudo fazer para exigir que o executivo cumpra com a implementação das percentagens estabelecidas para a educação pelos organismos internacionais”.
Casa de Peres Alberto vandalizada e ameaça de morte
O secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) contou à FMFWorld.Org nesta terça-feira, 11, que ontem a casa dele foi vandalizada e que os criminosos deixaram ameaças de morte.
Eduardo Peres Alberto afirmou que a acção, que ele considera criminosa, visa semear o medo e obrigá-lo a desistir da greve que já vai no seu segundo mês.
“Não levaram nada, eles partiram a janela, e por sorte que é de dia, estavam lá filhos na sala, correram, e o que comprova que é um acto criminoso é a mensagem dos criminosos de terem enviado uma mensagem de ameaça afirmando que viram o susto pela próxima vamos matar”, contou o sindicalista e professor que entregou à polícia “todos os dados, os contactos das mensagens”.
Peres Alberto, que já apresentou três queixas às autoridades, acrescentou que “a polícia continua a dizer que o Serviço de Investigação Crimina (SIC) está a trabalhar, mas a situação, cada dia que passa agudiza-se”.
O sindicalista revela a sua enorme preocupação com e apelo “à comunidade internacional e ao Governo para responsabilizar a polícia e apresentar os criminosos”.
Casa do secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) foi vandalizada na segunda-feira e ele recebeu ameaças de morte.