O departamento de pesquisa económica do Instituto Financeiro Internacional, que representa os credores da dívida a nível mundial, antevê uma recessão de 1,6% em Angola este ano.
O departamento de pesquisa económica do Instituto Financeiro Internacional (IFI), que representa os credores da dívida a nível mundial, antevê uma recessão de 1,6% em Angola este ano, num relatório sobre a África subsaariana.
De acordo com os dados do relatório sobre os fluxos de capital em dez economias da África subsaariana, entre as quais Angola, a economia deste país lusófono deverá continuar a queda iniciada em 2016, registando uma contração de 1,6% este ano, seguida de um crescimento de 1,9% no próximo ano.
No relatório, enviado aos credores e a que a Lusa teve acesso, o líder do departamento de pesquisa económica para a região, Benjamin Hilgenstock, escreve que “os mercados de fronteira da África subsaariana estão a emergir do choque pandémico, mas o crescimento é comparativamente fraco”.
Para este ano, o IFI prevê que os dez países analisados na África subsaariana (Angola, Camarões, Costa do Marfim, Gana, Quénia, Nigéria, Senegal, Tanzânia, Uganda e Zâmbia) cresçam 3,5%, registando uma expansão de 3,7% em 2022.
“Projetamos uma forte recuperação no fluxo de capitais não residentes para 53,5 mil milhões de dólares [46,1 mil milhões de euros] em 2021, comparados com os 21,1 mil milhões de dólares [18,1 mil milhões de euros] do ano passado”, escrevem os analistas, alertando que “apesar de a recuperação do Investimento Direto Externo ser robusta, investimentos persistentemente mais elevados serão necessários a médio prazo”.
No documento, escrevem que o Fundo Monetário Internacional, nomeadamente através da emissão de Direitos Especiais de Saque, de um “apoio crítico” à região, que vai continuar a merecer o apoio das instituições financeiras multilaterais para sustentar a recuperação económica, ainda que com níveis menores e com muitas condições impostas.
Angola e Nigéria, beneficiando da subida dos preços do petróleo, a principal fonte de receitas nos dois países, enfrentarão menos riscos de financiamento, concluem os economistas.