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Líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) compara aumentos a “pólvora” em Moçambique

O líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, considerou hoje o custo de vida “uma pólvora”, alertando para “convulsões sociais” e defendendo a necessidade de medidas de proteção social.

“O agravamento do custo de vida, já bastante difícil, é uma pólvora” que pode resultar em “convulsões familiares e sociais”, prontas a “explodir a qualquer momento”, disse Ossufo Momade.

O dirigente falava na abertura da terceira sessão do Conselho Nacional da Renamo, o órgão mais importante do principal partido da oposição no intervalo entre congressos.

“Este asfixiamento coloca as famílias moçambicanas na mendicidade e vulnerabilidade social. A pessoa com fome nem sempre está no seu perfeito discernimento”, destacou o presidente daquela organização política.

Ossufo Momade considerou “violentos” os últimos aumentos dos preços dos combustíveis no país, criticando a falta de medidas de alívio e o “desprezo” do Governo pela “justiça social”.

“Sempre defendemos que o bem-estar dos cidadãos é a prioridade de todas as prioridades e é necessária e urgente a identificação de medidas de alívio, como, por exemplo, a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado”, enfatizou.

Ossufo Momade considerou que o agravamento do custo de vida resulta da má governação da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, e de corrupção, defendendo que a Renamo é a alternativa.

Mas o líder também questionou os seus militantes.

Num discurso para o interior do partido, Ossufo Momade criticou os membros que expõem opiniões na comunicação social e nas redes sociais sobre a vida da organização, avisando que essa conduta não será tolerada.

“Defendemos a liberdade de expressão, mas não compactuamos com a libertinagem e a anarquia: O Nosso comportamento deve transmitir união e fraternidade entre nós”, salientou.

A unidade interna, prosseguiu, é fundamental para que o partido alcance vitória nas eleições autárquicas de 2023 e gerais (presidenciais e legislativas) de 2024.

Apesar de não se ter dirigido diretamente a nenhum membro, a direção da Renamo criticou recentemente o autarca de Quelimane, centro do país, Manuel de Araújo, por ter acusado quadros do partido de pressionarem os municípios a canalizarem dinheiro à organização.

No discurso de abertura do Conselho Nacional, Ossufo Momade avaliou positivamente o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos guerrilheiros do braço armado do principal partido da oposição, notando que já voltaram a casa 3.486 homens e mulheres da antiga guerrilha da organização, dos 5.221 registados.

Desse número de guerrilheiros abrangidos pelo DDR, 91 pertenciam à Junta Militar, uma dissidência armada da Renamo, tendo sido ainda desativadas 12 das 16 bases da organização.

“O líder da Renamo voltou a criticar a posição do Governo moçambicano de optar pela neutralidade na guerra de invasão da Rússia à Ucrânia, assinalando que não se pode compactuar com a agressão da soberania de nenhum Estado e violação do direito internacional”.

A reunião do Conselho Nacional da Renamo vai avaliar hoje e terça-feira as atividades do partido referentes ao período entre abril de 2019 e maio deste ano, a situação do DDR, situação política, social e económica do país, conjuntura política internacional e preparação das próximas eleições.

 

 

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