Os Líderes da Frente Patriótica Unida (FPU), oposição angolana expressaram apoio à manifestação de protesto em Angola contra a subida dos combustíveis, apelando às autoridades que não exerçam repressão e aos manifestantes que denunciem “perturbações” ao caráter pacifico da marcha.
O posicionamento foi expresso hoje num comunicado subscrito pelos líderes desta plataforma, Adalberto da Costa Júnior (UNITA), Filomeno Vieira Lopes (Bloco Democrático) e Abel Chivukuvuku (PRA-JA Servir Angola).
Em causa está um protesto, convocado por organizações da sociedade civil a nível nacional contra “o mega-aumento do preço dos combustíveis” e “cerceamento das liberdades das associações e organizações não governamentais”.
Os líderes da Frente Patriótica Unida (FPU) manifestam solidariedade com as reivindicações de melhoria salarial dos trabalhadores da saúde e da educação e melhores condições de vida para toda população, em particular, as zungueiras (vendedoras ambulantes), os moto taxistas e taxistas atingidos de forma brutal pelo aumento do custo dos combustíveis.
Apontam, no comunicado, o elevado nível de insensibilidade institucional para os graves problemas nacionais, face a uma onda de protesto generalizada, criticando a resposta institucional tem “violenta e, no decurso da qual, 11 cidadãos civis perderam a vida, entre os quais uma criança de 12 anos, para além de alguns membros das forças policiais”.
Os números oficiais apontam para cinco mortes durante confrontos entre polícia e manifestantes no Huambo.
“As lideranças afirmam o direito ao protesto pacífico como forma inequívoca da sociedade fortalecer os meios de ação democráticos”, referem, assinalando que o objetivo é fazer “uma chamada de atenção ao Executivo angolano do efeito devastador destas medidas” e “que a cada dia torna o exercício de sobrevivência das famílias insuportável”.
Exortam por isso o Presidente da República a não pôr em causa o direito às manifestações a pretexto de estarem ao “serviço de partidos políticos” e não ordenar às forças policiais e às forças armadas que exerçam repressão aos manifestantes, “deixando que de forma pacífica possam exprimir a dor que lhes vem na alma”.
Às instâncias internacionais que não validem “as habituais narrativas de desordem, anarquia, etc., que viabilizam a intervenção militar” e aos media “que façam uma cobertura real dos propósitos das marchas”, apelam.
Os líderes da Frente Patriótica Unida (FPU) instam os participantes a seguirem as instruções dos organizadores e a denunciarem qualquer tentativa de aproveitamento de operadores infiltrados perturbarem o caráter pacífico dos eventos.